quinta-feira, 8 de março de 2018

Nabucodonosor da antiguidade e Nabucodonosor moderno

Flávio Azevedo
Na foto, a imagem de dois mandatários. Do lado esquerdo, o rei de Babilônia, Nabucodonosor (personagem da novela “O Rico e Lazaro”). Primeiro líder de um império mundial, Nabucodonosor esqueceu um sonho que teve e determinou que seus assessores interpretassem o tal sonho e contassem o que ele sonhou, “porque ele se esqueceu do sonho”. Se não resolvessem o problema cabeças rolariam.

Já do lado direito, nós vemos a figura do Rei de Rio Bonito, que eu chamo de “Nabucodonosor versão século 21”. Esse também sonha. Seria melhor que esquecesse os tais sonhos, mas ele, além de não esquecer os sonhos, convoca assessores para defender os tais sonhos malucos. Esses assessores também tem que nos convencer que a maluquice sonhada pelo soberano é algo bom. Se não fizerem isso cabeças rolam.

O Nabucodonosor da antiguidade governou a Babilônia por 42 anos. O Nabucodonosor moderno tem 14 anos de governo. Dizem os historiadores que o rei dos caldeus se orgulhava das conquistas que expandiram o domínio e território babilônio. O rei dos riobonitenses também expandiu o seu domínio, mas no campo político. Trouxe para o seu time alguém que era a chave que ele precisava para fazer o poder Judiciário decidir a seu favor numa questão apontada como irreversível (fixa suja).

Outra vaidade do rei da Babilônia eram suas obras, por exemplo, os jardins suspensos da Babilônia e os aquedutos que levavam água aos seus súditos. O rei de Rio Bonito também tem predileção por obras e bem ao estilo da antiguidade realiza as tais obras sem consultar a população e seus representantes.

Ambos os soberanos não gostam de ser criticados, confrontados e tem por característica não ouvir seus assessores. A ideia de jogar súditos desobedientes na fornalha foi de Nabucodonosor, comportamento que está presente nas ações do Nabucodonosor de Rio Bonito, que se habituou a exonerar todo seu quadro de colaboradores, por vezes, para demitir uma única pessoa. Depois todos são recontratados menos aquela personagem.

Quem acha que governos ditatoriais, imperialistas, absolutistas e surdos a sugestões só existe nos livros de história, não deve conhecer Rio Bonito e seu monarca.

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