domingo, 4 de fevereiro de 2018

Mudanças na Educação de Rio Bonito com velhas trapalhadas

Flávio Azevedo
Mônica Figueiredo ocupou a Secretaria Municipal de Saúde entre os anos de 2005 e 2008.
Segundo as nossas fontes, a Secretaria de Educação de Rio Bonito será comandada pela ex-secretária de Saúde, Mônica Figueiredo. Ela teria relutado muito antes de aceitar o convite do prefeito José Luiz Antunes (PP), mas acabou cedendo. Outra fonte me revela que o ex-vereador Carlos Luis de Moraes Júnior, o Jubinha; irmão de Mônica, foi determinante para convencer a ex-comandante da Saúde a dizer sim ao convite do prefeito, de quem estava politicamente afastada há alguns anos.

Filha de uma tradicional figura da política riobonitense, o saudoso Carlos Luis Carvalho de Moraes, em 2009, Mônica Figueiredo deixou o governo Mandiocão de forma traumática. Foi substituída na pasta da Saúde, por Maria Juraci Dutra, num daqueles movimentos em que Mandiocão é mestre: decidir a vida dos seus comandados sem que a pessoa seja consultada (postura de senhor feudal). A decisão teria sido orientada pelo então vice-prefeito, Matheus Neto; que construiu sua carreira política trabalhando com Mônica, na Secretaria de Saúde.

Outro mal estar aconteceu com o esposo de Mônica, o empresário, Jerônimo Siqueira Dias; exonerado sem nenhum aviso prévio. Jerônimo sempre foi homem de confiança do prefeito até as eleições de 2008, quando Mandiocão foi reeleito. Ativo nas estratégias e coordenação de campanha, a saída de Jerônimo também é depositada na conta de Matheus Neto. Mas a razão principal da sua saída seria um passeio de carro. Jerônimo colocou o prefeito no seu carro (tinham intimidade para isso) e percorreu o município mostrando uma série de problemas que precisavam ser solucionados e a administração municipal não havia dado conta de resolver em quatro anos (2005/2008). À época, o prefeito exonerou todos os cargos comissionados, na semana seguinte chamou todos de volta, menos Jerônimo, que nunca recebeu uma explicação oficial pela sua saída.

Por ser professora de formação, a chegada de Mônica Figueiredo a pasta da Saúde em meados de 2005, gerou inúmeras críticas ao prefeito Mandiocão, sobretudo pelo fato do prefeito ter escolhido o conceituado médico, Élio Fernandes; para comandar a pasta do Esporte e Lazer. Na opinião de vários integrantes do grupo Mandiocão, o prefeito deveria substituir a então secretária Ana Maria Alves Figueiredo, pela sua sobrinha Mônica Figueiredo. A troca manteria uma tradicional família de Boa de Esperança no governo e ainda daria novos ares ao comando da pasta. Destacando que a família já conta com um representante no alto escalão do governo, o secretário de Obras e Serviços Públicos, Eleiton Figueiredo.

Para quem não sabe é importante destacar que Mônica Figueiredo tem expertise para comandar a Educação, inclusive, por ter participação importante em cargos administrativos na Secretaria Estadual de Educação. Todavia, ela chega com pelo menos 12 anos de atraso e devemos agradecer esse atraso ao prefeito Mandiocão, que coleciona maus feitos por não ouvir, não dialogar e pelo hábito de se recusar a aceitar o óbvio.
Homem de confiança da vice-prefeita, Rita de Cássia; o então secretário de Educação, Délio César Pereira Moraes; deixou o comando da pasta na última sexta-feira (02/02).
Só é bom salientar que as mudanças provocadas por negociações políticas penalizam outra vez a sofrida Educação, que conta com servidores mal remunerados, desvalorizados e principalmente desmotivados. Apesar das altas somas de recursos previstas para o setor – o Orçamento estimado para a Educação em 2018, por exemplo, é de R$ 59,5 milhões – várias escolas estão sucateadas, obras de duas unidades (Parque Andréa e Parque Indiano) estão paralisadas e o planejamento proposto para esse ano se perde com a mudança de comando na pasta.

Se quem saiu vai embora dizendo que 2017 foi um período de aprendizado e adaptação para fazer o trem da Educação andar em 2018; quem chega assumirá o cargo afirmando que vai precisar aprender e se adaptar durante 2018, para fazer o trem andar em 2019 e 2020. E assim Rio Bonito vai declinando e sucumbindo por conta de vaidades políticas, vontades pessoais e a histórica falta de continuidade.

Enfim, convém destacar que o melhor momento da Educação de Rio Bonito nos últimos 25 anos foi entre os anos de 1997/2004. Nesse tempo a pasta foi comandada pela atual vice-prefeita, Rita de Cássia. Se tecnicamente ela é realmente muito boa eu não sei, mas sem dúvida a longevidade a frente da pasta contribuiu para essa referência positiva. Não é possível desenvolver projetos sustentáveis com resultados positivos quando se muda o comando de qualquer coisa anualmente.
O ex-vereador Carlos Luis de Moraes Júnior, o Jubinha; esteve no parlamento na legislatura 2013/2016. 
Encerro essas reflexões destacando o protagonismo indireto que ganhará o ex-vereador, Jubinha; irmão de Mônica. Derrotado nas últimas eleições municipais, quando tentou chegar ao seu segundo mandato no Legislativo, Jubinha, hoje, no ostracismo político, enxerga a possibilidade de aproximação do poder e uma porta para fazer política. Nos últimos meses Jubinha tem enfrentado sérios problemas de Saúde, mas segue atento as movimentações políticas. À conferir!

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