sábado, 13 de janeiro de 2018

"Morte aos bandidos!"

Flávio Azevedo
Há algumas horas escrevi aqui no Facebook: “moto e carro roubados, tudo isso, agora há pouco! Precisamos reviver 1962, quando assaltantes entraram em Rio Bonito e não saíram vivos!”. Como apêndice dessa postagem eu escrevi no primeiro comentário: “quem não gostou da ideia, ofereça o carro, a moto e os bens; aos marginais. Mas ofereça, logo, antes que eles violentem quem está incomodado com essa situação!”. Na sequencia, dois dos meus seguidores perguntam: “quem foi?”. Respondi dizendo que foi “hoje, Centro da cidade e Green Valley, mas está acontecendo diariamente em todo lugar! Estamos entregues a própria sorte!”. 

A esses comentários se seguiram uma série de intervenções no sentido de que é preciso matar marginais que assaltam, roubam e violentam. Confesso que por vezes, contaminado pela ira, eu compartilho desse pensamento e pior: propago a ideia. Sim, eu sou um ser humano violento como qualquer outro, principalmente quando está com raiva.

Feito esse preâmbulo, eu gostaria de destacar alguns pontos que deveriam nortear os nossos pensamentos sobre a questão da violência, fenômeno que tem afetado o sossego e a economia da Região. O leigo dirá: “Economia? Flávio ficou doido, o que tem haver violência com economia?”. Eu explico: cada pessoa, comércio e empresa roubados acabam transferindo os prejuízos para o seu cliente. Isso encarece o preço das mercadorias, serviços e aumenta o custo de vida. Nunca foi tão caro viver no Rio de Janeiro!
Aqui vamos pensar minha resposta, um pouco ríspida, as perguntas “onde foi?”. Resposta: “na boa, para mim onde foi, quem foi, o que levou, menos importa! O que importa é o que nós iremos fazer, uma vez que as autoridades – E EU NÃO ESTOU FALANDO DA POLÍCIA – não estão preocupadas com essa situação”. O comentário segue: “parece que (autoridades) mais representam os marginais que a sociedade de bem! Um absurdo! São frouxos, coniventes ou as duas coisas! Não é possível!”.

Uma das pessoas que comenta a postagem ironiza e questiona: “há alguns anos diziam que o aumento no número de assaltos na cidade era devido ao Comperj. Veio muita gente "de fora" e blá blá blá. E hoje, é culpa de quem?”. Respondo que “vão inventar alguma desculpa dessa natureza” e acrescento: “a classe média, que financia essa porcaria, ninguém destaca! Ficam com medo de falar e perder os amigos de Uísque! Ou colocam a culpa na Polícia ou culpam o pobre! Quem compra e representa o Crime Organizado nunca é lembrado! Hipócritas!”.

Inicio o fim do texto apontando na direção do que vejo em 10 anos de jornalismo. Com os nervos no lugar, eu reconheço que é muito cômodo culpar e desejar a morte de pobres diabos que por preguiça, falta de Educação, olho grande ou babaquice; acabam ingressando na criminalidade. Não temos o hábito de olhar o andar de cima da multinacional Crime Organizado, onde transita muita gente boa que posa de santo e ostenta o título de gente de bem. 
Cocaína: a grande desgraça social e econômica do mundo moderno.
Você já deve estar pensando que eu estou falando dos consumidores riquinhos que acham bacana juntar amiguinhos ricos para cheirar cocaína e usar outras porcarias em festinhas particulares onde só entram “amigos” que gostam dessa prática danosa! Mas não estou apontando na direção dessa gente que é tão pobre de espírito quanto àqueles que usam a desculpa de ser pobre e sem oportunidades para ingressar na criminalidade.

Não, eu não falar de viciados ricos, mas dos administradores do negócio! Algumas dessas pessoas sequer usam drogas! Mas representam a empresa (Crime Organizado) na cidade e Região. Ou você acha mesmo que o comando disso está na mão de moleque pobre que se acha o tal, porque vende pó na esquina da casa dele? Esses garotos não percebem que aos olhos do “negócio”, eles são apenas uma engrenagem descartável! Droga é um artigo caro, por isso, gente pobre nessa empresa tem prazo de validade. Nesse negócio, quando o sujeito perde a serventia morre! Morre porque está viciado e não paga o que consome, logo, representa prejuízo! Quem consegue custear o vício até é tolerado, mas não é bem visto pela própria empresa!
As drogas e o cenário em que estão inseridas são responsáveis por milhares de mortes violentas diariamente em todo mundo. 
Portanto, esqueçam os viciados ricos, porque eu estou apontando em outra direção: os representantes do negócio. Canalhas que posam de santo e gente de bem, mas administram o empreendimento que mais cresce no mundo: o tráfico de drogas, que tem enredado e destruído a vida das nossas crianças, empobrecido o nosso comércio e aumentado o custo de vida. Curiosamente, ninguém deseja a morte para esses perigosos e verdadeiros criminosos. Já notou isso?

Todavia, eu aproveito a oportunidade para destacar que sob o olhar da “solução pela violência”, a morte que desejamos para os criminosos pobres que roubam e assaltam deve ser estendida aos verdadeiros mandachuvas do Crime Organizado. Gente que anda de carrão, reside em moradias belíssimas e confortáveis, ostenta casas de campo e praia, promove encontros sociais frequentados pela alta roda etc.

Alguém, por favor, avise a esses moleques que se acham o rei da cocada porque estão fazendo pose com fuzil (tontos) na mão, que eles estão estragando as suas vidas e juventude trabalhando, de graça, para um malandro que esbanja luxo, se disfarça de "gente de bem" e está ficando milionário as custas de pobres diabos sem perspectiva de porra nenhuma, que estão nessa situação e vão continuar, porque o sistema precisa de exércitos que defendam gratuitamente a sua causa! O mais grave é que a cada ano esse cenário é mais nítido e ninguém enxerga ou não quer enxergar.

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