sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

"Retrospectiva de reportagens que produzimos nos últimos três anos sobre consciência ambiental"

Flávio Azevedo
O Salto d'Água e os rios de Braçanã podem desaparecer nos próximos anos se sociedade e poder público não se unirem para frear o desmatamento e reflorestar o que foi destruído.
Nos últimos três anos a nossa reportagem, em várias oportunidades, alertou a sociedade sobre a diminuição do volume de água em nossos mananciais. Em cerca de 30 anos, boa parte dos nossos rios perdeu metade do volume de água, outros perderam 80% da água que possuíam e alguns desapareceram. Nesse período, as nossas matas foram destruídas sob a complacência de autoridades municipais e estaduais. Se as águas de Braçanã estão desaparecendo como mostra um vídeo gravado por técnicos da CEDAE, em pontos como Rio Seco, Cachoeira dos Bagres, Catimbau e Serra da Bela Vista, vários rios sumiram.

Secretarias de Meio Ambiente desaparelhadas, desestruturadas, carentes de pessoal e orientadas pela lógica partidária; são cenários que interferem diretamente na efetividade da pasta. O comando do setor geralmente está entregue a colaboradores de campanha ou apadrinhados políticos. Nenhuma campanha de conscientização. Os projetos sobre Educação Ambiental são recheados de palavras vazias e ideias ufanistas e mentirosas, porque que nunca saem do papel. A coleta de lixo geralmente é um serviço suspeito que consome muito dinheiro público e sem nenhuma transparência. 
Nos anos 80, o Salto d'Água de Rio Seco atraia um grande público até que as águas minguaram e passou a receber esgoto. Autoridades e sociedade fingiram que não era com eles.
Quando alguém de perfil técnico ocupa a pasta do Meio Ambiente, esse alguém não tem poder de decisão e ação, prerrogativa que quem chefia o poder Executivo não abre mão, para poder negociar com os infratores das leis ambientais. É comum quem está a frente do poder Executivo proteger incendiários, carvoeiros, grileiros e inimigos do verde. E faz isso via pasta de Meio Ambiente, órgão que deveria fiscalizar e impedir os crimes ambientais, sem falar na multa aos infratores.

A conivência e desinteresse da classe política em relação a questões ambientais também é uma representação da sociedade. Para cada cidadão consciente e preservacionista existe mil pessoas de perfil motosserra e poluidor, Curiosamente o destruidor acha chique e glamoroso morar em trechos de mata e muito verde. Todavia, para satisfazer esse desejo, ele usa o poder e a influência, para se estabelecer em áreas de proteção ambiental sem que seja incomodado pela fiscalização ou qualquer tipo de embargo. Para construir em meio ao verde, ele desmata. Depois de derrubar as árvores, sobra o esgoto da recém-construída moradia para o rio de águas límpidas e apropriadas para o banho que passa próximo a casa.

No vídeo abaixo, a retrospectiva que produzimos:


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