segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A hipocrisia do Papai Noel e do Espírito de Natal

Flávio Azevedo
E seguem os cansativos comentários que criticam Papai Noel e o espírito natalino, pela representatividade capitalista da ocasião: o estímulo ao consumo. Peço licença a para sair em defesa do Papai Noel e do espírito natalino, porque é exatamente nesse período que inúmeras pessoas, empresas, igrejas, corporações, instituições e sindicatos; imbuídos do criticado espírito de Natal visitam localidades e famílias pobres distribuindo brinquedos e alimentos.

Vejo muita gente criticando o fato do espírito natalino não estar presente ao longo dos outros 364 dias do ano, como se nós fossemos bonzinhos o ano todo. Minha gente desculpe a sinceridade, mas na sua essência o ser humano é egoísta, individualista e centralizador. É um verdadeiro milagre vermos determinadas pessoas que nesse período abrem mão da sua natureza para compartilhar!

As críticas vazias ao espírito natalino não levam em conta que apesar do egoísmo que prevalece em nossa natureza, milhares de pessoas ao longo de um ano mantêm projetos sociais, trabalhos humanitários, distribuem cestas básicas, acolhem pessoas em situação de vulnerabilidade, promovem campanhas que têm como objetivo levar cidadania e oportunidade à crianças e adolescentes etc. No Nata esse trabalho continua e recebe o reforço de quem decide, por conta da ocasião festiva, compartilhar. 

E não me venham com aquela desculpa de que “ah, mas tudo isso é deduzido do Imposto de Renda!”, porque eu conheço muita gente e empresas, que mesmo sabendo disso não ajudam! Vamos entender que o egocentrismo é natural no ser humano e ele se manifesta todos os dias. Estranho é o senso de coletividade, o altruísmo, a doação da parte do pouco que temos. Por isso, as ações embasadas na partilha acabam sendo noticia, porque o nosso natural é o “eu primeiro”.

Segundo a tradição cristã, Jesus, a figura central dessa ocasião, nasceu por aqui com um único objetivo: morrer. E morrer no lugar de quem não merecia tal sacrifício. Foi um presente. Para a humanidade, o nascimento de Jesus significa oportunidade, recomeço, doação, altruísmo... Temos, inclusive, a opção de não aceitar o presente. É claro que seria muito interessante se fosse como diz a canção, “Natal todo dia”, mas infelizmente não é assim. Todavia, particularmente nós podemos, através dos nossos atos, fazer com que o espírito de Natal permaneça diariamente em nossas vidas.

Reclamamos muito da hipocrisia do Natal, mas... E nós? Como agimos? Seguimos a linha da hipocrisia ou estamos na fileira daqueles que de alguma maneira fazem o Natal acontecer todo dia? No fundo, a grande hipocrisia dessa ocasião são as críticas direcionadas ao Natal, ao Papai Noel e espírito natalino! Vale a reflexão!

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