quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Somos “colônia” da corrupção, quando seremos independentes?

Flávio Azevedo
A Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em uma área nobre de Salvador. Sete máquinas de contar dinheiro foram usadas para contar o dinheiro.
Enquanto o brasileiro tem fome, enquanto a nossa gente morre na porta dos hospitais, enquanto boa parte dos servidores públicos não recebe os seus salários, enquanto tradicionais instituições de ensino correm o risco de fechar as portas, enquanto somos vilipendiados com impostos exorbitantes, enquanto nossa gente morre vítima da violência urbana, enquanto as nossas crianças crescem sem ter certeza de um futuro... Um grupo de asquerosos brasileiros rouba os recursos que deveriam corrigir essas deformidades.

Geddel Vieira Lima foi responsável pela saída do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero (E), porque ele não teria liberado a construção de um edifício no centro histórico de Salvador, onde Geddel teria um apartamento na planta.
Há anos nós acompanhamos notícias de que o dinheiro captado por políticos ladrões estava guardado no exterior, em bancos caribenhos, em instituições financeiras na região do mediterrâneo e até nos EUA. Realmente existe muita grana lá fora, mas aqui dentro também tem muita coisa. Depois da notícia de um apartamento cofre, no Rio de Janeiro, para guardar os milhões roubados pelo ex-governador, Sergio Cabral (que também tem grana no exterior); surge a notícia de um apartamento na Bahia, guardando R$ 51 milhões pertencentes ao anão do orçamento e ex-ministro de Lula, Dilma e Temer, o Sr. Geddel Vieira Lima.

Que a maior parte dos políticos brasileiros rouba dinheiro público eu sei. Que é culpa do político a falência na prestação do serviço público à nossa gente, eu estou cansado de saber. Que partidos políticos são quadrilhas, eu também sei. Que o principal elemento exigido para se galgar os cargos mais importantes da administração pública é ser safado, corrupto e mentiroso, eu também sei.
O que eu não consigo entender é a paralisia da nossa gente; que insiste em votar nesses bandidos; insiste em acreditar no choro desses marginais; insiste em ver nesses ladrões, o caminho para um futuro bom. O mais assombroso é que apesar das fotos e vídeos de malas de dinheiro, apartamentos cofres, dinheiro roubado no exterior e delações de toda ordem comprovando que só tem vagabundo, boa parte da nossa gente prefere viver num mundo de faz de contas e insiste em ter um político de estimação.

Odeio dizer isso e me odeiam por sempre dizer, mas “a culpa é de todos nós”. A nossa frouxidão, o nosso “eu não tenho nada com isso!”, o nosso “será que é isso mesmo?”, o nosso “mas ele (a) seria capaz de fazer uma coisa dessa?”, o nosso “mas ela (e) é uma pessoa tão boa!”; tudo isso mantém marginais e ladrões no poder. O Brasil que dizem não ser um país sério, só não o é porque nós não somos sérios. Somos egoístas, pueris e seguimos acreditando em histórias de fadas, duendes e dragões.

Nessa quinta-feira, dia 07 de setembro, celebra-se o Dia da Independência. Segundo os relatos históricos, em 07/09/1822, D. Pedro I, as margens do Ipiranga, deu o Grito da Independência. O Brasil conseguiu ser independente de Portugal, mas nunca alcançou a soberania. Quase 200 anos depois do Grito de D. Pedro, o Brasil segue dominado pela indolência e pela preguiça de pensar e agir. Somos escravos do “deixa isso quieto”, do “larga isso pra lá!”, do “cuidado que você vai queimar seu filme!”, do “não adianta nada disso!”, do “quanto eu levo nisso?”; entre outras frases que retratam frouxura e corrupção, duas características tupiniquins que anestesiam e retardam o nosso desenvolvimento intelectual e cidadão.

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