sábado, 2 de setembro de 2017

Rio Bonito Atlético Clube exibiu raridades no III Encontro de Veículos Antigos

Flávio Azevedo
O Rio Bonito Atlético Clube no último domingo (27/08) recebeu o III Encontro de Veículos Antigos. Coordenado pala Associação Saquaremense de Antigomobilistas (ASA), o evento foi beneficente e teve entrada franca. A renda do almoço, vendido no local, foi destinado ao Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV). Estavam expostos no evento, cerca de 200 veículos fabricados entre as décadas de 1920 e 1980. Alguns veículos expostos são verdadeiras raridades e encantaram o público que lotou as dependências do Ginásio Antônio Figueiredo, onde estavam os veículos mais raros.

O pesquisador, artesão e escultor, Dawson Nascimento; fala sobre a dimensão do evento e ressalta a exposição como um objeto de confirmação das raízes da nossa gente em nosso solo. “Só vemos exposições dessa natureza em países europeus, por isso quando vemos algo do tipo em nossa cidade nós precisamos prestigiar, apoiar e as pessoas estão vindo”, frisou Dawson; acrescentando o aspecto beneficente do evento. 

O colecionador, Leandro Nascimento
Uma coleção de bicicletas antigas, entre elas duas Phillips Inglesas de 1940, do colecionador, Leandro Nascimento; também estavam expostas ao público no Ginásio Antônio Figueiredo. Uma Monark Monareta (1972) e uma Merc Wheels (1962) também chamou atenção do público, assim como uma Hercules (1950) e uma Phillips Inglesa (1951), ambas modelo feminino. 

O colecionador, Leandro Nascimento conta como tudo começou e mostra a bicicleta em que aprendeu a guiar. “Foi um presente do meu pai, quando eu tinha uns 16 anos. Guardei essa bicicleta até, hoje, e não me arrependo. Por conta do carinho que dedico a minha coleção, proprietários de outras bicicletas sempre me procuram e alguns até me dão suas antigas bicicletas dizendo que comigo estarão mais bem cuidadas”, conta o colecionador.  

Jipe Tupi uma obra riobonitense
Uma das grandes atrações do III Encontro de Veículos Antigos, mais uma vez foram os “jipinhos”, chamados de “Jipe Tupi”. Os veículos foram fabricados pelo riobonitense, José Cardozo da Silva. O primeiro “jipinho”, da cor verde, foi montado em 1953. Foi feito em miniatura, porque era um presente de Cardozo para os filhos. O “jipinho” fazia sucesso por onde passava e o empreendedor riobonitense decidiu apresentá-lo ao presidente da República, Getúlio Vargas; fato que aconteceu em fevereiro de 1954, em Volta Redonda.

Apesar da simpatia e apoio do então presidente, com a sua morte inesperada, o “Jipe Tupi” perdeu o seu grande padrinho (Getúlio pensava em construí-lo em série). Apesar da tragédia, José Cardozo não desistiu. Em 1955 montou outro veículo, da cor azul, com carroceria e mecânica mais modernas. Era seu desejo produzir todos os componentes do veículo, chegando a preparar moldes para a fundição de diversos deles. O lema “sou pequeno, mas sou brasileiro!“, motivava Cardozo, que buscou condições de realizar seu projeto, mas não foi possível. Os “jipinhos”, hoje, fazem parte da coleção do empresário, Sebastião Cardozo; um dos filhos do empreendedor José Cardozo.

O pesquisador, artesão e escultor, Dawson Nascimento; classifica Jose Cardozo como “um gênio ou alguém com a cabeça muito além do seu tempo”. O Jipe Tupi foi o primeiro fabricado no Brasil e em toda América Latina”, frisa Dawson, que destaca o espírito empreendedor do criador do carrinho.

No Ginásio Antônio Figueiredo, a maior parte dos veículos expostos pertencem a coleção do empresário, Sebastião Cardozo; mais conhecido como “Ilo”. Veículos Fords de desenhos variados fabricados há cerca de 90 anos, apesar da idade, impressionam pela conservação. Entre eles um Station Wagon e um Convertible Sedan. Um Chevrolet Master Sedan (1939), geralmente usados como viaturas da Polícia ou como carro de praça (Taxi); um Mercury Conversível (1940); um Packard (1941), muito usados como Taxi; um Ford Modelo A Phantom (1929); um Chevrolet Sport Coupe (1937); um Simca Chambord (1966) e um Volvo (1957). Entre eles o Fuscozine, sempre visto em Rio Bonito levando noivas para o casamento, também estava exposto.

A Banda Tributo também subiu ao palco e empolgou o público com clássicos do Rock.
Visitando os carros antigos, o produtor rural, Clério Guedes, comenta a diferença dos veículos antigos para os atuais. “É uma diferença significativa se compararmos os carros antigos com os modernos. Os mais novos oferecem conforto, velocidade, mas os antigos são mais resistentes e sobem ladeira com muito mais desenvoltura”, destaca Guedes.

Na outra linha de veículos estavam expostos um Impala (1962); um Ford A Cabriolet (1931), um dos mais exclusivos da linha; um Ford A Pick up (1931) e outro Ford (1928). Outro Ford Station Wagon (1931), daqueles que estavam sempre próximos às estações de trem, por ser um veículo pensado para o transporte de carga; um Speed Ester (1931); e um Ford (1928) também conhecido como “Charuto de Corrida”, figura comum nos desenhos animados das indústrias de animação Disney.
Um dos veículos expostos no Rio Bonito Atlético Clube
Proprietário da Autoescola Peixe, Leandro Neto; comenta a evolução dos veículos e afirma que no tempo desses carros conseguir a Carteira de motorista era bem mais difícil. “O importante do evento é vermos carros que são responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade, porque as pessoas se desenvolveram junto com os automóveis”, salienta o empresário, acrescentando que a população está prestigiando “e o clube, hoje, está lotado”.

Para completar o clima de saudosismo, as bandas que subiram ao palco trouxeram um repertório de canções antigas e muitos Rocks clássicos. Acompanhado por Marcelo Kaus, líder da Banda Maverick, uma das atrações do evento, o cantor Gatão, riobonitense folclórico que nos anos 70 e 80 participou de programas de TV como “Cassino do Chacrinha”, subiu ao palco e levantou o público. Com sua voz grave e melodiosa, ele cantou clássicos do repertório de Tim Maia e a tradicional Tutti Frutti, gravada em 1956 por Elvis Presley.
O "Big Cat" junto com a galera da Banda Maverick, levantou o público.


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