quinta-feira, 13 de julho de 2017

Hospital Darcy Vargas segue mergulhado na crise

Flávio Azevedo
O Hospital Regional Darcy Vargas
Na pauta do “Conexão Flávio Azevedo” dessa quarta-feira (12/07), nós iremos tratar do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), de onde recebo graves denúncias sobre a sua condução. Um dos maiores empregadores do município, o HRDV é fonte de renda de centenas de famílias que sobrevivem da mão de obra que vendem à instituição. Entidade privada e filantrópica, o hospital é coordenado por um presidente que é eleito entre os sócios da unidade (cerca de 200). O poder público tem mínimos poderes de inferência sobre o HRDV, porque a unidade não é pública.

Atualmente o HRDV é presidido pelo ex-vereador e ex-deputado, José de Aguiar Borges, o Kaki; figura muito popular em Rio Bonito, mas que tem sido duramente criticado pela forma “arbitrária” como conduz a Casa. A retirada de benefícios e direitos trabalhistas sem nenhum aviso prévio irritou os funcionários, que denunciam o patrulhamento das suas mídias sociais.
– O objetivo é vigiar o que nós estamos escrevendo, opinando e revelando sobre o hospital nas mídias sociais – conta um funcionário, que denuncia a situação, mas faz um alerta: “se souberem que eu estou te municiando com essas informações, eu serei demitido e isso já aconteceu com vários outros colegas”. 

A entrada do Centro Oncológico Rio Bonito (CORB), em prédio anexo dos HRDV.
Segundo as nossas fontes, quem se insurge contra as ações do presidente, não concorda com os seus métodos e reclama ainda não ter recebido o 13º de 2016 ou dos direitos retirados; ingressa na “lista negra do presidente”, que é linha dura com os funcionários, mas se destaca por lançar mão de recursos carimbados. “Um exemplo é a relação com o Centro Oncológico de Rio Bonito (CORB), que não aguentou Kaki, as suas arbitrariedades e foi embora”, comenta outro denunciante. Essa iniciativa foi confirmada pelo próprio presidente numa das assembleias do HRDV. Além disso, em 04/05/2017 o Ministério Público (Tutela Coletiva) recomendou que o presidente do HRDV cumprisse o contrato com o CORB (empresa responsável pelo tratamento de câncer de pacientes de Rio Bonito e Região). O despacho foi assinado pela promotora, Michele Bruno Ribeiro.

Contratações em demasia, inchando a folha de pagamento, por exemplo, a admissão de nove farmacêuticos e dois auxiliares; revelam que as críticas sobre o excesso de contratações são procedentes. Outra denúncia que paira sobre o presidente é que ele tem criado cargos “desnecessários e sem comprovação técnica”. Um desses cargos seria o inédito “Chefe de Cardápio”, novidade que destoa do momento de crise e falta de recursos reclamados pelo comandante do HRDV.

Nossas fontes também denunciam a realização de obras sem a devida aprovação dos Conselhos e em desacordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). A nomeação de pessoas sem a devida experiência para funções vitais do hospital, por exemplo, o setor de Compras, é outro questionamento. Também é estranha a recusa do presidente em receber uma ambulância que teria sido doada para o hospital pela concessionária CCR ViaLagos, empresa que administra a RJ – 124.

O presidente do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), José de Aguiar Borges, o Kaki; por ocasião da assembleia que o elegeu para comandar o hospital.
No último dia 12/03/2017, durante assembleia dos associados que elegeu Kaki, presidente do HRDV, os pontos fortes e negativos do hospital e as possibilidades de recuperação da unidade teve a apresentação do consultor, Paulo Abelardo; que trouxe dados palpáveis e possíveis. Apesar de ter demonstrado conhecimento, por divergências com o presidente que ajudou eleger, esse consultor acabou subutilizado na engrenagem administrativa do HRDV. Ele também desenvolveu um projeto que economizaria R$ 1,2 milhão em impostos (SIC), mas o planejamento que preparou não está sendo aproveitado pelo presidente.

Também preocupa as nossas fontes, o empréstimo da ordem de R$ 2 milhões (SIC) que está sendo contratado junto a Caixa Econômica Federal. A garantia de pagamento são as receitas federais. Se o recurso vai dar um alívio, porque vai permitir o presidente quitar dívidas passadas com o funcionalismo, algumas correntes entendem que comprometer esses recursos podem desfalcar futuramente o capital mais importante e substancial que o hospital tem para pagar a folha de pagamento.

A informação que chega a nossa redação é de que o empréstimo não teria sido autorizado pelo Conselho Fiscal. Os conselheiros estariam exigindo informações detalhadas sobre a destinação dos recursos. Posteriormente outra fonte revela que o Conselho já teria autorizado o empréstimo, que também recebeu autorizo da Prefeitura de Rio Bonito, através da Secretaria Municipal de Saúde, que faz parte da negociação, porque embora o HRDV seja particular, os recursos são públicos.

Desencontro na contagem de recursos guardados no cofre do hospital; o desfile constante da ex-prefeita de Rio Bonito (que está em campanha para 2018) pelos corredores da unidade; e o ingresso de muita gente ligada a ela no quadro funcional do hospital (a razão do inchaço da folha de pagamento); é outra situação criticada. Esse conjunto de coincidências torna crível a suspeita de que o presidente, José de Aguiar Borges; é apenas o ‘avatar’ de um agente externo que comanda o hospital através dele.

Por fim, a carência de prestação de contas e transparência, por exemplo, do projeto “Carnaval Solidário”, desenvolvido para arrecadar fundos para o Hospital. Junto a essa e outras situações, parte dos conselheiros e alguns associados estariam planejando a destituição do presidente nos próximos dias. Seguirei acompanhando!

Abaixo eu trado desse assunto em nosso canal no YouTube.

Nenhum comentário:

Postar um comentário