quarta-feira, 1 de março de 2017

Cedae segue desagradando e municipalização da água é uma realidade

Flávio Azevedo
Os funcionários da Cedae em Rio Bonito seguem fazendo um grande esforço para a população ser favorável a privatização da estatal. Segundo uma fonte, a Rua da Conceição e logradouros adjacentes (no Centro) estão sem água desde o último domingo (26/02). Nossa fonte revela que um serviço ‘meia boca’, feito e em ritmo de Carnaval, na última sexta-feira (24/02), na esquina das ruas Duque de Caxias e Conceição, acabou se rompendo no dia seguinte, certamente no momento da manobra. 

Moradores do trecho reclamam que sequer existe um plantão para atender um chamado de emergência. "Aliás, sequer existe um plantão para atender intercorrências. Nessa quarta-feira (01/03), o escritório da Cedae segue fechado". A nossa fonte assegura que até, agora, nenhum folião, digo, servidor compareceu e os clientes da Cedae não têm a quem recorrer. "Várias pessoas estão retornando dos festejos de Momo em outras cidades e estão contando somente com a água disponível na caixa d’água. Já quem ficou na cidade passou um Carnaval seco".

Dias atrás recebemos denúncia de que um vazamento de vários dias na esquina da Av. Sete de Maio com a Rua Felício de Souza Brandão, no Centro. Segundo os moradores e comerciantes do trecho, na Cedae a resposta aos reclamantes era de que os servidores estavam em greve, por isso conserto não seria realizado.
O vazamento que aconteceu há cerca de 10 dias na Av. Sete de maio.
Para encerrar o assunto Cedae, vale ressaltar que a sigla significa Companhia Estadual de Água e Esgotos, mas por aqui o pouco de eficiência que ela demonstra é na cobrança do serviço mal prestado (a tarifa chega rigorosamente em dia). Os esgotos, por exemplo, nunca foram cogitados pela Cedae, que na maior cara de pau sempre transferiu o saneamento para a Prefeitura. Falta estrutura para as equipes da Cedae, o antigo chefe do núcleo local, Miguel Rinaldi; por birrinha do deputado estadual Paulo Melo, foi transferido para outra cidade, exatamente no momento que conseguiu dar eficiência ao núcleo local da Cedae.

Penso que o momento nunca foi tão oportuno para o prefeito José Luiz Antunes (PP) romper o contrato assinado por ele entre Prefeitura e governo do estado (2011) e municipalizar a nossa água. Sem sacanagem, sem roubalheira e pensando no bem comum é possível Rio Bonito ter o seu serviço próprio, oferecido com muito mais qualidade, por preço mais baixo. Além disso, finalmente poderíamos ter o nosso tão sonhado tratamento do esgoto. Outra possibilidade são os royalties que a cidade poderia cobrar aos municípios vizinhos que desejassem a nossa água.

O contrato que o prefeito foi forçado a assinar em 2011 previa o abastecimento do 2º Distrito em um ano. O prefeito ficou reticente, mas a oposição, liderada pela “picareta mor” (que já estava em campanha) partiu para o Parque Andréa batendo de porta em porta com a notícia de que o prefeito, que é filho do 2º Distrito, não queria assinar o contrato que levaria água potável para Boa Esperança, Parque Andréa e adjacências. Diante da pressão e sem querer colocar o lixo na rua (postura que reforça a minha tese do revezamento no comando da cidade), Mandiocão acabou assinando o tal contrato.

Para a nossa sorte, os vereadores, Aliézio Mendonça e Humberto Belgues (que deveriam ter votado contra quando o assunto chegou no Legislativo), colocaram cláusulas interessantes no malfadado contrato. Uma delas determina que se o abastecimento da CEDAE não atingisse em um ano o 2º Distrito, o contrato poderia ser rompido unilateralmente. Vale lembrar que nós já estamos em 2017 e o 2º Distrito não recebeu uma gota de água da Cedae. A outra cláusula diz que em caso de privatização o contrato automaticamente perde a validade. Eu não tenho dúvidas de que com vontade política, coragem e o mesmo empenho demonstrado para conseguir participar das eleições municipais de 2016 (para quem não lembra, o prefeito estava inelegível); será possível municipalizar a nossa água. “Vamos que vamos”, prefeito!

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