terça-feira, 20 de dezembro de 2016

As luzes de emergência seguem acesas em Rio Bonito

Flávio Azevedo
O folclórico prefeito Mandiocão e suas caras e bocas durante a nossa tentativa de entrevistá-lo. 
Agoniado com esse governo horroroso que graças a Deus termina no próximo dia 31 de dezembro e ciente de que a maioria esmagadora dos meus irmãos riobonitenses passa por igual agonia, eu juro que tentei trazer uma declaração relevante do próximo prefeito depois da sua diplomação na tarde dessa segunda-feira (19/12), no Fórum de Rio Bonito. As entrevistas que o antecederam, com a vice-prefeita, Rita de Cássia; com o advogado, Leandro Weber; e com o marqueteiro, Ronen Antunes; foram excelentes e nos trazem alguma esperança. A fala do prefeito, porém, que eu prefiro acreditar ter sido contaminada pela presença dos puxa sacos, foi deprimente e caricata.

Questionado sobre as primeiras ações que buscará implementar logo nos primeiros dias de governo e qual a sensação de assumir o quarto mandato de prefeito, o que o coloca na condição de riobonitense que mais vezes comandou a cidade, Mandiocão permitiu que a sua veia folclórica aflorasse e deixou claro que não é só a oposição que ainda não desceu do palanque. 
– Eu gostaria de saber a sensação daqueles que tanto criticaram Mandiocão, todos aqueles que falaram que Mandiocão não era candidato... Esses que eu quero saber qual é a sensação! Segura, Segura Mandiocão! Fala de Mandiocão, fala! Vocês são fofoqueiros, fofoqueiros, fofoqueiros! Conversa fiada! Vão trabalhar! Vitória é com trabalho, não é com malandragem, não é com fofoca, não é com conversa fiada, não é com mentira e vamos que vamos – disparou o prefeito que se afastou dando pulinhos em direção aos correligionários, que em êxtase acompanhavam a presepada do chefe.

É claro que depois de sair vaiado ao entregar o mandato em 01/01/2013; depois de ter as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado e pela Câmara de Vereadores; depois de disputar uma eleição onde apesar do favoritismo, os adversários diziam ser ele carta fora do baralho; é natural que o prefeito deseje soltar o grito da garganta. Todavia, não temos tempo para misancene e gracinha! O palanque não existe mais e diante de nós, sociedade e classe política, uma cidade em frangalhos precisa ser reconstruída. Vale destacar que Rio Bonito sucumbiu à irresponsabilidade administrativa de uma gestão que também é muito boa em frases de feito, misancene e ainda consegue aplausos dos puxa sacos.

Pagamentos atrasados, obras inacabadas (algumas condenadas); o mato tomando conta de vários pontos do município; entulho acumulado em todo canto; escolas mais sucateadas que já estavam em 2013; precariedade na Saúde, na Educação, a insegurança que dá medo, Instituto de Previdência atrasando salários de aposentados e pensionistas; pontos turísticos degradados; comércio frio e lojas vazias em plena semana do Natal; universitários apreensivos quanto ao futuro; estradas vicinais e o homem do campo abandonados; tudo isso mostra que não dá para ficar de presepada e precisamos com urgência nos unir com seriedade para reconstruir Rio Bonito.

E não é só isso! O setor esportivo e cultural ainda se movimenta por conta da iniciativa de particulares; os taxistas são muitos e vagas para eles estacionar são poucas; a tarifa do transporte público é exorbitante; a arrecadação do município está em queda, Rio Bonito segue pendurado no Cadastro Único de Convênios (CAUC); as ruas estão esburacadas; os postes apagados; as pendengas com sindicatos dos profissionais de Educação, guardas endemias, agentes comunitários e guardas municipais; estão aí para serem resolvidas; e não é “jogando pra galera”, dando pulinhos e fazendo graça, que esses problemas, que já eram urgentes em 2013, serão resolvidos. Nada contra você Mandiocão, mas chega de oba, oba; chega de comemoração e vamos descer do palanque, porque Rio Bonito tem pressa!

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