quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A cultura do fúnebre e do moribundo condena a alegria e as comemorações

Flávio Azevedo
Nós temos o hábito de repetir aquilo que ouvimos sem parar para verificar o sentido das coisas. Então vamos lá! Quem promove a festa Réveillon no Rio não é o governo do Estado, mas a Prefeitura, que não está na pendura que o estado se encontra. Além disso, cancelar os festejos de Réveillon, embora pareça uma teoria muito boa, é tão louco quanto cancelar o desfile cívico escolar de Rio Bonito (2015). 

Milhares de turistas do mundo inteiro passaram esse ano planejando estarem no Rio para a “Festa da Virada”, vários transatlânticos já estão ancorados em nosso litoral para esse momento e tudo isso representa um faturamento de bilhões para os cofres do município e do estado. Isso sem falar a economia indireta dos camelôs, taxistas e autônomos de toda ordem que estão esperando esse momento para ganhar algum dinheiro.

Em nome de investir em Saúde e Educação, que realmente são setores importantes, eu vejo muita gente falando em cancelar eventos, festas e espetáculos, sem analisar o impacto disso. Essa fala é dos políticos porta de funerária, hospital e cemitério. Gente que vive explorando a desgraça alheia, como se a vida consistisse apenas em doenças, infortúnios, desgraças e não tivéssemos momentos de alegria e comemoração.

A forma mais eficiente de mudar esse cenário de roubalheira na coisa pública não é cancelando os momentos de alegria, mas votando com consciência. Se não existe candidato que te represente, ofereça o seu nome, seja candidato, faça uma campanha séria, sem sacanagem e você verá que esse papo de “mudança” não existe na prática e não passa de elucubrações de quem deseja mudança somente para os outros.

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