terça-feira, 1 de novembro de 2016

Polícia apreende outro menor e estatística de menores a serviço do tráfico aumenta

Flávio Azevedo

O envolvimento de menores com o tráfico de drogas apontado por especialistas em Segurança Pública como um dos maiores responsáveis pelo aumento do número de crianças e adolescentes no mundo do crime é uma triste realidade. Nessa terça-feira (01/11), por volta das 18h30min, policiais militares apreenderam outro menor também na localidade do Basílio. O adolescente tem 16 anos e foi apreendido através de denúncia anônima que informava a ação de um jovem branco, de camisa vermelha, vendendo entorpecentes na localidade. 

Após receber denúncia, a viatura da Polícia Militar foi para a localidade. Segundo o registro feito na 119ª DP, ao chegar a localidade um dos primeiros a serem vistos pelos policiais foi o suspeito, que ao avistar a guarnição tentou fugir, mas acabou apreendido. Com ele foi encontrado nove papelotes de cocaína e dinheiro. Interrogado, ele confirmou integrar o tráfico da localidade de Flor dos Cambucás (Rato Molhado). O menor foi apreendido em flagrante e conduzido a 119ª DP.

Esse é mais um menor que por conta da fragilidade do atual sistema de proteção social, a má qualidade dos ensinos fundamental e médio e a falta de iniciativas e programas governamentais para o atendimento de menores acabou ingressando na marginalidade. Os pesquisadores concluíram que “tanto os que estão em situação de risco como os já inseridos no mundo do crime são vítimas de fatores que contribuem para o envolvimento deles em crimes e delitos”.

Para especialistas em Segurança Pública e pesquisadores do tema, a Legislação branda para o menor infrator deu aos traficantes a possibilidade de usar menores no tráfico de drogas. A serventia dessas crianças para o traficante acaba sendo somente no período que ele é adolescente. Ao completar 18 anos o sistema abandona o jovem, porque ele já não tem serventia para o negócio. 
– O menor sempre assume a propriedade da droga encontrada com um grupo de traficantes. O caminho natural é uma internação, mas rapidamente eles estarão na rua a serviço do tráfico. Estamos falando de jovens que precisam ter algum dinheiro, mas por não encontrarem trabalho ou por não gostarem de ser controlados por compromissos, patrões e responsabilidades, acabam preferindo o mundo do crime – destaca a professor Juliana Nascimento, que leciona numa das escolas do município com alunos de idade entre nove e onze anos, os principais alvos do tráfico.

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