terça-feira, 14 de junho de 2016

Em crise, Hospital Darcy Vargas pode fechar as portas

Flávio Azevedo
Na sessão Legislativa dessa terça-feira (14/06), o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) voltou a ser assunto e tema de amplo debate entre os vereadores de Rio Bonito. As informações são de que estão faltando medicamentos, insumos, os salários estão atrasados e as dívidas do governo do Estado com a instituição são milionárias. Ainda segundo os parlamentares, profissionais do hospital estão pedindo socorro, porque “faltam lençóis, luvas, gesso, fita de teste glicêmico, medicamentos básicos e condições de trabalho”. Também existe a denúncia de folha de pagamento inflacionada, altos salários e favorecimentos questionáveis na contratação de pessoal. A saída de Djalma de Paula, que pertencia do atual quadro de diretores, também foi discutida.

Antigas críticas ao hospital tramitam nos bastidores do poder Legislativo. Os parlamentares são abastecidos por informações que chegam de funcionários do próprio hospital. Muitas dessas denúncias também estão chegando aos canais de comunicação do Grupo de Mídias O Tempo, por exemplo, a sobrecarga da folha de pagamento, os altos salários e as contratações desnecessárias, sobretudo em tempos de crise. O carro que o hospital ganhou da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) está parado na garagem da unidade e ainda não foi aproveitado pela direção da unidade, que na opinião dos parlamentares, precisa demonstrar criatividade para junto da sociedade tirar as contas do hospital do vermelho. 

O desentendimento de profissionais médicos por pura vaidade que acabam trazendo prejuízos ao hospital (antiga e patética situação que realmente existe) também foi assunto entre os vereadores. A dificuldade que o riobonitense tem de se associar ao HRDV, porque a entidade é enxergada por muitos como um clube de amigos, é outro ponto discutido nas conversas informais sobre a casa. As seguidas mudanças de comando da instituição, mas sempre dentro de um mesmo segmento da sociedade (Maçonaria) incomoda, mas o silencio é unânime, por conta do velho mau hábito riobonitense: “é melhor não gerar desconforto e não mexer determinadas feridas”.

Não é culpa da Prefeitura

O Hospital Regional Darcy Vargas
A novidade da atual crise é que não existe acusação de falta de recursos e repasses por parte da Prefeitura. O vilão da vez é o governo do Estado, que deve bastante dinheiro ao município e também ao hospital. Todavia, o que está nítido é que Rio Bonito segue sem representatividade política junto ao Estado. Embora a prefeita Solange Almeida seja uma pessoa influente – em campanha (2014), ela apresentou caciques da política estadual como “parceiros de Rio Bonito” – a parceria até aqui não visa os interesses da coletividade. Também chama atenção o fato da cidade ter um deputado estadual e meio (Marcos Abrahão e Paulo Melo), que nesses momentos não mostram serviço em prol do cidadão riobonitense. 

Pontos percebidos em crises anteriores e expostos pela nossa reportagem podem ser novamente observados. Está claro que a unidade não está suportando a sobrecarga de pacientes que chegam dos municípios vizinhos. Todavia, quem está envolvido na politica local há algum tempo sabe que é vedado aos prefeitos vizinhos, o envio de qualquer recurso dos seus municípios para custear o HRDV (isso é Lei). Essa situação é do conhecimento do Ministério Público, da Justiça, do Conselho Regional de Medicina (Cremerj); do Conselho Municipal de Saúde, do governo do Estado; restando apenas que esses atores se reúnam – isso poderia ser feito através do Conleste – para pensar soluções para essa situação que não é novidade.

A morosidade em encontrar soluções para os problemas da Saúde de Rio Bonito e Região ocorre pelo simples fato de que as pessoas incumbidas de reforçar esse setor não têm urgência em resolver essa questão. Estamos falando de gente que quando precisa da Saúde, a influência faz com que elas tenham bom atendimento no combalido HRDV ou consigam atendimento nos melhores hospitais da Capital do Rio de Janeiro.

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