terça-feira, 8 de março de 2016

Dia Internacional da Mulher

Flávio Azevedo

Hebe Camargo, Maria Bonita e Letícia Sabatella
No Dia Internacional da Mulher, eu separei entre muitas brasileiras importantes, três mulheres que a seu tempo e modo fizeram história. A primeira delas é inesquecível Hebe Camargo, que nasceu em 08 de março e aos 14 anos já integrava a Orquestra da Rádio Difusora (SP). Aos 15 ela cantava na Rádio Tupi. Em 1950, essa paulista de Taubaté, integrava o grupo que foi ao porto da cidade de Santos buscar os equipamentos que dariam início a primeira rede de televisão brasileira, a Rede Tupi. Assim, ela foi convidada por Assis Chateaubriand para participar da primeira transmissão, ao vivo, da televisão brasileira, no bairro do Sumaré (SP). A partir daí Hebe Camargo tornando-se, uma mulher da Televisão, aspecto que preservou até a sua morte. Hebe era cercada de glamour, histórias, conquistas e muito sucesso.

A segunda mulher que eu destaco é a baiana, Maria Gomes de Oliveira, que entrou para a história brasileira como “Maria Bonita”, a companheira do cangaceiro, Lampião. Nascida em 1911, exatamente num dia 08 de março, Maria Bonita é a primeira integrante feminina dos grupos de cangaceiros. O seu envolvimento com o “Rei do Cangaço” aconteceu quando ela tinha entre 17 ou 18 anos.

O fim de Maria Bonita foi trágico. Ela foi decapitada, ainda viva, em 28 de julho de 1938, quando o bando de Lampião foi emboscado pela polícia. Antes de se falar de feminismo e direito da mulher escolher o que fazer da própria vida, Maria Bonita fincou o pé naquilo que hoje é muito natural: ver uma mulher tomando o papel de decidir a sua vida, futuro, profissão e comportamento.

A terceira mulher que vou destacar, também nasceu em 08 de março, a atriz, Letícia Sabatella, que vive em meio ao glamour, é uma das principais atrizes da TV Globo, mas mantém uma vida distante disso tudo. Mineira de Belo Horizonte, ela cresceu em Curitiba. Atualmente, ela vive em Nova Friburgo, onde planta alimentos orgânicos em regime de cooperativismo com os empregados.

Sua consciência política surgiu cedo por influência de Frei Beto e Herbert de Souza, que lhe mostraram a importância de usar sua celebridade para algo mais do que ganhar dinheiro. Seu engajamento se tornou tão forte que chegou a conviver com índios, no Tocantins, como se fosse um deles; e a acampar com integrantes do Movimento Sem Terra (MST) para entender suas propostas. Além disso, participa de várias entidades, é presença constante em fóruns, e comumente levanta a voz em defesa dos direitos humanos e do meio ambiente.

Costuma dizer que a religião não precisa ser um ópio, pode ser libertadora, mobilizadora e transformadora. Ela acredita que seu envolvimento em causas sociais a fez ganhar humanidade e consciência. Acusa a imprensa de não debater temas como o trabalho escravo no Brasil. Vegetariana, ao ser convidada para fazer comerciais, Letícia Sabatella recusa, porque é contra o consumismo.

Essas três mulheres representam a essência da mulher brasileira, que são batalhadoras, únicas e guerreiras. Minha homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

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