segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Chuva torrencial provoca alagamentos em Rio Bonito

Flávio Azevedo
Ao contrário do que estão pensando os puxa sacos, eu não vou culpar a pífia gestão municipal pelos alagamentos dessa quinta-feira (28/01). O político até acha que pode tudo, mas está aí um elemento que ele não controla: a natureza. Aliás, de tempos em tempos a natureza, que não tem partido, decide lembrar ao político que ele não foi correto ao tratar da ocupação do solo, que ele foi safado ao permitir desmatamentos; que ele foi bandido ao não impedir a criação de loteamentos irregulares, que visam unicamente o enriquecimento dos loteadores.

Das 17h às 19h30min de, hoje, eu percorri vários pontos do Centro de Rio Bonito para descobri que a culpa dos alagamentos é nossa. Sim senhor: É NOSSA! Debaixo de chuva eu registrei um volume absurdo de lixo doméstico boiando nas águas dos rios que cortam Rio Bonito. Eu concordo que a limpeza da cidade não está boa, que as ruas estão cheias de entulhos e resto de poda de árvores, mas o fato da Prefeitura ser desleixada não é razão para eu ser também.

O volume de garrafas pet, embalagens de todo tipo e até um colchão (passou por mim na esquina da Av. Manuel Duarte com Dr. Francisco de Souza), são coisas que vieram dos nossos quintais, das nossas casas. Os políticos são irresponsáveis e deixam muito a desejar? Nós também. 
O colchão que vi boiando, hoje, não veio da casa da prefeita, do vereador ou de qualquer secretário municipal. Veio de nossas casas. Foi jogado na beira do rio por alguém que já deve estar tentando justificar esse crime apontando o crime do outro. As residências erguidas em áreas indevidas (não respeitando a distância exigida da margem do rio), só estão ali porque um oportunista ligou para um prefeito oportunista e ambos entenderam estar diante de uma oportunidade. “Eu autorizo a ilegalidade e você me dá o seu voto”. Ou... “Eu te dou o meu voto e você autoriza a ilegalidade”.

É preciso pensar, analisar, refletir, não apenas a postura e atitudes do político, mas as nossas atitudes como cidadãos e eleitores. Os políticos erram o tempo todo? Nós também! E não é possível corrigir esses erros sem reconhecê-los. A classe política precisa abrir mão do oportunismo que lhes é peculiar e o povo também, que pensa ser uma grande vantagem trocar o voto por vantagens que a chuva leva em minutos.

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