domingo, 18 de outubro de 2015

Planejamento, gestão e governança – O tripé de uma administração eficiente

Flávio Azevedo 
Nunca a política do “café com leite” e a lógica do “pão e circo” estiveram tão ameaçadas no Brasil. Os tempos modernos estão obrigando a coisa pública trocar de mãos. A política velha e o político que não se moderniza estão com os dias contados. Gradativamente, espertinhos estão sendo substituídos por gestores; e assistencialistas dão lugar a quem deseja promover política pública. As realizações compensatórias jazem no passado, porque a busca por propostas e projetos que visem o bem estar da coletividade é o desejo popular. Tapinhas nas costas não têm mais o mesmo efeito de outrora; assim como percorrer as ruas, sorrindo e acenando, não é mais garantia de votos.

O povo tem evoluído, está ficando cada vez mais exigente e os que se vendem cobram cada vez mais caro. Está mais barato investir em propostas e ações que visem o bem estar coletivo, porque a listinha da “boca de urna” já não é certeza de vitória. O povo quer ser representado por quem tem projetos de governo e não projetos de poder. Mas como se comportar diante desse novo cenário? Não é difícil, bastando conhecer o sentido conceitual de PLANEJAMENTO, GESTÃO e GOVERNANÇA, palavras ignoradas pela velha política.

É inadmissível que em pleno século XXI ainda exista quem negue a importância do PLANEJAMENTO, uma vez que sem ele tudo tende a ser mais penoso e mais caro. Para o gestor público do futuro, o planejamento é um aliado. Já o gestor público ultrapassado encara o planejamento como atrapalho, por ele se opor as práticas condenáveis.

Sobre a GESTÃO não há muito que falar. Há cerca de dois mil anos, o apóstolo S. Paulo escreveu que “se alguém não sabe governar a sua própria casa, não terá cuidado com a casa que não é dele”. Sendo assim, o perfil gestor é outra faceta que a modernidade exige daqueles que desejam governar. Todavia, a gestão também se opõe as práticas condenáveis. Por exemplo, não dá para colocar recurso público no bolso em tempos de pouco dinheiro na praça e governos, federal e estadual, anunciando corte de verbas.

Por último e não menos importante, eu destaco a GOVERNANÇA, que nasce eficiente quando é antecedida por planejamento e gestão. O sucesso da governança depende da escolha da equipe de governo e colaboradores, que precisa ser formada essencialmente por quem tem competência e capacidade. Entretanto, hoje, boa parte dos governantes prioriza os puxa sacos e aqueles que aceitam fazer parte de esquemas escusos e emprestar o nome para assinar negociatas.

Encerro essas reflexões destacando que o meio político é um retrato da sociedade, logo, esse setor está dividido em três grupos. As pessoas honestas, os picaretas e um grupo grande de gente influenciável, que tende a caminhar na direção apontada pelo líder. Se o gestor é corrupto e o tempo todo maquina sacanagem, a maior parte, sobretudo dentro da máquina pública, caminhará na direção da roubalheira. Todavia, se a liderança prioriza a honestidade, o respeito com a coisa pública e a retidão; os influenciáveis também caminharão na direção do que é correto. 

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