sábado, 22 de agosto de 2015

Mais uma lição para os líderes religiosos

Flávio Azevedo 
"Forçação de barra". É como classifico essas matérias sobre o desaparecimento da prefeita de Rio Bonito que estão sendo veiculadas na grande mídia. Digo isso, porque a nossa prefeita nunca foi presente. A não ser em período eleitoral, quando ela, praticamente, fica três meses sem dormir, porque fica de casa em casa, de porta em porta, pedindo voto. Eu discordo dos entendidos de política que dizem ser ela “boa de rua”. Errado, ela "boa de campanha". Depois de eleita, o resultado é esse que estamos vendo. Aos colegas que estão reproduzindo essas matérias sobre o “desaparecimento da prefeita”, eu informo que essa ausência sempre existiu. Isso nada tem haver com lava jato. Ela não dá assistência ao município. Nunca deu. E se alguém disser o contrário não é de Rio Bonito ou é um grande puxa saco!

O que chama a minha atenção na reportagem, porém, é a declaração de uma pastora. Ela contou que a prefeita é uma pessoa caridosa, o que também não é segredo. “Sempre que tem tempo aparece no templo e ajuda financeiramente um projeto de apoio a crianças carentes. Acho que ela é uma boa pessoa. Sempre que pode, ela faz uma visita. Fiquei abismada quando soube da denúncia”, disse a pastora, que não se identificou.

Se essa líder religiosa conhecesse mais a Bíblia, ela não ficaria abismada com o que está sendo apurando sobre a prefeita na Operação Lava Jato. Na qualidade de pastora, ela deveria conhecer o conselho de S. Paulo a Timóteo. Exatamente no capitulo 3 do 2º livro de Timóteo, os cinco primeiros versos apontam características das pessoas no tempo do fim. Segundo S. Paulo, nesse tempo do fim, entre outras coisas, as pessoas “teriam aparência de piedade, mas negariam a eficácia dela”.

E não é exatamente o que acontece com a prefeita de Rio Bonito? Estamos falando de alguém que cresceu politicamente através do assistencialismo, do favorzinho e do oferecimento de benefícios individuais. Mas junto dessa “aparência de piedade”, dessa expressão de humanidade e dessa preocupação com o semelhante, sempre ouvimos histórias de injustiça, de desonestidade e de alianças com pessoas que não têm “aparência de piedade”.

Faltando pouco mais de um ano para as eleições municipais, que os nossos líderes religiosos entendem o que é a tal “aparência de piedade e a negativa da eficácia dela”. Que os nossos pastores, como vimos acontecer nas últimas eleições, não se deixem corromper e, sobretudo, não corrompam os membros de suas congregações... Por favor, não vendam as suas igrejas!

Concluo pedindo aos nossos líderes religiosos que vocês não se esqueçam da história do primeiro rei hebreu, Saul. Ele foi rejeitado por Deus quando teve a melhor das intenções. “O obedecer é melhor que sacrificar” (I Samuel 15.22), foi o que disse o profeta Samuel para o rei Saul, ao dizer para ele que Deus o havia rejeitado. Que a história de Saul, o conselho de S. Paulo e os últimos acontecimentos políticos da nossa cidade sirvam de lição para todos nós. Que a nossa “marcha para Jesus” seja apenas exemplar e não espetacular.

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