sábado, 11 de julho de 2015

Nova ferrovia Rio-Vitória só será diferente se políticos e eleitores estrearem novas posturas

Flávio Azevedo 
A Audiência Pública aconteceu nessa sexta-feira (10/07).
A sexta-feira (10/07) foi marcada pela Audiência Pública que discutiu a nova ferrovia Rio-Vitória (EF-118). O evento aconteceu na Associação Comercial do Rio de Janeiro e políticos importantes do Estado e dos municípios que serão impactados com a novidade estiveram presentes. Os governadores, Luiz Fernando Pezão (RJ) e Paulo Hartung (ES), marcaram presença. Foi apresentado, segundo o secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, o projeto de engenharia, incluindo traçado detalhado, infraestrutura da obra, potencial logístico, integração com a malha ferroviária nacional e com os portos dos estados envolvidos e o potencial de geração de negócios.

Ainda no seu post, o secretário comenta que essa é a primeira rodovia do Brasil, desse novo pacote do governo federal em investimento de infraestrutura que vai à audiência pública e representa uma grande chance de posicionarmos o Rio de Janeiro entre os grandes centros logísticos do mundo. Ele lembra também, que num momento de crise, R$ 8 bilhões serão investidos para a conclusão das obras para o novo traçado ferroviário em todo o estado.

Presente ao evento, o vereador Marcos Fernando da Fonseca, o Marquinhos Luanda, explica que a sua preocupação no evento era com o perímetro urbano de Rio Bonito, porque algumas mudanças poderiam gerar um caos ainda maior no trânsito da nossa cidade. Ainda segundo o vereador, o projeto foi modificado e será construído um novo trecho desviando a ferrovia por fora do centro das cidades de Rio Bonito e Tanguá. O parlamentar, que é bem próximo do secretário Carlos Osório, acrescenta que também foi abordada a possibilidade da cessão do trecho que será desativado, para criação de um trajeto turístico entre Rio Bonito e Tanguá. Ou seja, o uso da ferrovia para o transporte de pessoas nessas cidades.
– Aproveitei a ocasião, também para conversar com o Secretário Estadual de Transportes Osório sobre a implantação do bilhete único em Rio Bonito. Ele se comprometeu em marcar uma reunião para tratarmos do assunto – escreveu o vereador em seu perfil no Facebook.

Já o presidente da Câmara de Tanguá, vereador Luciano Lucio, aproveita a ocasião em que o Turismo nos dá a impressão de que começará a ser pensando com seriedade pelos governantes e pode deixar de ser olhado como abrigo para encaixar simpatizantes do governo, e anuncia para o próximo dia 16 de julho, na Câmara de Vereadores, um Fórum de Turismo. “Estou contando com a presença de todos que se interessam por esse assunto, em Tanguá e Região, porque precisamos pensar as possibilidades de geração de renda e perspectivas cidadãs que serão abertas com os investimentos que podem ser feitos no setor Turístico”.

Análise

Será que o lobby dos empresários do setor rodoviário deixará esses projetos saírem do papel? Vale lembrar que as empresas de ônibus são as principais contribuintes de campanha política. E se alguém ainda não sabe, os recursos disponibilizados a cada campanha eleitoral, seja em esfera estadual ou municipal, é empregado na compra de voto, exatamente dos 'boca abertas' que usam o transporte público, reclamam das tarifas praticadas, criticam os monopólios que não são quebrados etc.

Essas pessoas esquecem que a passagem só tem esse valor, porque o empresário precisa recuperar o dinheiro disponibilizado em campanha para comprar o voto de quem vota e depende do transporte público. Na verdade essa é uma equação de difícil resolução, porque mudar esse cenário obriga quem vota e é votado a sair da zona de conforto e abandonar práticas no mínimo indecentes. O pessimismo é inevitável, sobretudo por conhecermos bem a cabeça infantil e irresponsável de quem vota!

As histórias de escândalos e corrupção são expostas Brasil a fora, a reclamação da crise é geral, mas essa turma que vota não toma vergonha na cara na hora de entregar o voto. Continuam pensando no individual, esquecendo o coletivo e votando com o estômago e com o fígado. Muitos sabem disso, mas poucos têm coragem de falar. Por isso, o processo de transformação da sociedade acaba sendo lento, porque o "espírito vaselina" impera em todos nós!

E não considerem deselegantes essas reflexões, porque nós estamos de saco cheio dessa turma que não aprende votar, simplesmente porque os olhos são maiores que a cara. Sucesso aos políticos da nova geração que esperamos realmente estar pensando o assunto com espírito público. Que se portem de forma diferente desses que até aqui olharam as nossas cidades como se ela fosse um feudo ou cube de amigos! Tomara que as nossas impressões estejam equivocadas em relação ao que passa na cabeça desses que vão às urnas eleitorais no próximo ano, mas depois de 20 anos olhando as decisões tresloucadas de quem vota e é votado, não é possível pensar diferente.

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