quinta-feira, 11 de junho de 2015

Negativa de concessão no Condomínio Industrial para tradicional empresa de Rio Bonito está gerando polêmica

Flávio Azevedo 
Ainda não é dessa vez que o transtorno de caminhões manobrando na Av. Manuel Duarte para entrarem no depósito de bebidas do empresário Dalmo Henrique de Souza Lima, vai acabar. Se depender da Câmara de Vereadores vai continuar. E no que depender do empresário vai piorar. É que o comerciante será representante de uma marca de refrigerante em nossa região e o fluxo de grandes veículos de carga no local certamente aumentará. Sabedor de que essa atividade, além dos cerca de 50 empregos, também vai gerar transtornos, o empresário pediu ao município a cessão de um espaço no Condomínio Industrial, mas a autorização foi negada pela Câmara de Vereadores por cinco votos contrários contra quatro favoráveis.

Não precisa ser muitos esperto para perceber que a mudança seria importante não só para o fortalecimento da economia local. Indiretamente a transferência do depósito de bebidas para o Condomínio Industrial ajudaria no ordenamento do trânsito de Rio Bonito, que segue o padrão Índia. O volume de caminhões manobrando, entrando, chegando, saindo e circulando seria fora do Centro da cidade, que ainda contaria com mais pessoas empregadas.

Algumas correntes esperam o posicionamento do setor empresarial e suas entidades representativas. A expectativa é que o poder público municipal reveja esse equívoco e leve a sociedade e os seus formadores de opinião a cobrar mais sensibilidade da classe política.

Repercussão 
Além da posição contrária da maioria dos vereadores, também gerou polêmica um texto sobre o assunto postado no Facebook no último dia 10 de junho. Faz-se importante destacar que a Câmara é um colegiado, por isso, quando existe acerto, acertam todos; e quando existe erro, erram todos. Mas a dinâmica da reunião que reprovou a concessão do espaço para o Dalmo Bebidas e outras empresas teve uma configuração interessante.

Com a ausência da vereadora, Marlene Carvalho (PPS), oito vereadores votaram. Os contrários foram Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão (Solidariedade); Edilon de Souza Ferreira, o Dilon de Boa Esperança (PRP); Abner Alvernaz Júnior, o Neném de Boa Esperança (PTN); e Cláudio Fonseca de Mores, o Claudinho do Bumbum Lanches (PSB). Já os favoráveis foram Carlos Luis Júnior, o Jubinha (PSB). Aissar Elias de Moraes (PTN); Rita de Cassia (PP) e Marcos da Fonseca, o Marquinhos Luanda (PMDB). Com o empate, coube ao presidente da Casa, o vereador Reginaldo Ferreira Dutra, o Reis (PMDB), decidir com voto de minerva e o seu posicionamento foi contrário a concessão.

Entre os muitos comentários que se seguiram a postagem, uma chamou atenção. O internauta Rafael Leandro escreveu que “é só pagar a tal “luva”. Questionado sobre “a tal luva”, ele acrescenta perguntando: “ué, não teve uma empresa que desistiu pela “luva” ser muito alta”?

As perguntas ao Raphael Leandro continuam: a quem é paga a “luva”? É boleto bancário? A negociação é gerenciada por qual Secretaria Municipal? Surge dúvida maior: espaço público tem esse negócio de “luva”? Mas a cobrança de “luva” não seria um inibidor diante da urgente necessidade de geração de renda e emprego?

Já o internauta Eduardo Smith comenta que “tem momentos que o desânimo nos ronda, tamanha incoerência, falta de inteligência e falta de respeito com o cidadão.
Mas não podemos nos abater... Lutar sempre. Então pergunto: qual o interesse dos vereadores? Comissão... Participação em alguma fatia pecuniária nessas concessões?”. Ele arremata dando uma orientação: “guardem essas posições e atitudes dos nossos legisladores”.

Choque de Realidade

Na opinião da nossa redação, Rio Bonito está tendo a oportunidade de aprender uma grande lição. Caso seja verdade que para se estabelecer no Condomínio Industrial de Rio Bonito existem, “luva” e “comissão”, para que os políticos pegam essa grana? A população esquece que esse dinheirinho não é só para os compromissos pessoais do politico. A principal destinação é fazer caixa para comprar o voto dos eleitores, os mesos que vivem reclamando da classe política, mas continuam vendendo os seus votos e apoios como se estivessem fazendo um grande negócio.

É comum, depois de um dia de eleição os eleitores, com orgulho, dizerem: “eu peguei R$ 400,00... R$ 50,00 de cada um e votei em outro!”. O que ele não percebe é que ele simplesmente está sendo desonesto e safado igual ao político (quem em alguns casos é vítima desse boca aberta) que ele está criticando. A conclusão diante desse cenário é que o financiamento da corrupção se origina no povo. Primeiro com o olho grande insaciável e a pouca disposição para o trabalho; depois, por conta da falta de bom senso que não é culpa somente da falta de escolaridade, uma vez que inúmeras pessoas com formação acadêmica repetem esse ato condenável.

Nota da Redação

É tolice e oportunismo a concessão de espaços do Condomínio Industrial ter que passar pelo Legislativo, um ato estritamente do Executivo. Isso deveria ser revisto e ser alvo de uma Lei de iniciativa popular que poderia ser capitaneada pela 35ª Subseção da OAB!

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