terça-feira, 14 de abril de 2015

Agenda 21 e projeto “Cidade Educadora” expõe a esquizofrenia dos políticos

Flávio Azevedo 
Durante a reunião da Agenda 21 de Rio Bonito nessa segunda-feira (13/04), organismo social que eu tenho o maior prazer de fazer parte, enquanto se discutia o projeto “Cidade Educadora”, a única coisa que passava pela minha cabeça, enquanto eu ouvia a fala de alguns integrantes da reunião, é que determinadas pessoas tem “miolo mole”.

Há anos algumas pessoas (e eu estou entre elas), inclusive, muitos deles fazem parte da Agenda 21 e dos Conselhos Municipais, pregam que nós precisamos pensar coletivamente. Há anos apontamos para a sociedade como a solução para os problemas que afligem a própria sociedade... Há anos dizemos que a classe política é omissa, curte a corrupção, mas botar esses caras no eixo depende da sociedade... Há anos eu escrevo que nós precisamos fazer a nossa parte... Há anos eu digo que a classe política e as nossas instituições refletem o comportamento da sociedade, por isso, nós precisamos ser chamados a contribuir etc.

De tanto defender essa tese, eu particularmente acabei sendo rotulado como “crítico”, “oposição”, “sujeito que só vê as coisas ruins”, “intransigente”, “sujeito de coração duro”, “encrenqueiro”, “o cara que não gosta de gente”, “mala”, “chato”, “estraga prazer”, “insensível”, entre outras coisas, inclusive, termos impublicáveis...

Agora vem a melhor parte. Depois de tantos anos defendendo esses pontos de vista e sendo olhado como “desagradável”, por políticos e parte da sociedade (que não quer mudar os hábitos insustentáveis), nos aparece uma colombiana chamada Lucila Martinez Calvi, consultora de sustentabilidade, representante da Unicef, uma pessoa que tem uma formação acadêmica significativa, pregando tudo aquilo que falamos há anos.

E advinha o que aconteceu? A gloriosa Lucila é recebida como “a inventora da roda”. Quer saber? Seja bem vinda Lucila, porque é bom ter mais um soldado nesse exército que luta por uma sociedade responsável. Todavia, está nítido que alguns personagens da vida riobonitense são esquizofrênicos ou estão com as dosagens de lítio desequilibradas.

A verdade é que as novidades apresentadas por Lucila nós estamos defendendo há cerca de 10 anos. O próprio Mauro Paes, um dos líderes da Agenda 21, tem uma cabeça muito boa e sempre disse tudo que está sendo, agora, como grande novidade. O problema é que para fazer os nossos políticos se mancar e escutar o que os nativos estão dizendo, o que está sendo dito há anos precisa ser dito por um estrangeiro ou estar chancelado por organismos internacionais. Ainda estou em dúvida se os governantes são esquizofrênicos ou tem má vontade com os cérebros locais.

Entre esses políticos, o amigo leitor pode incluir a prefeita Solange Almeida, que se não fosse tão tapada e teimosa, já estaria com o bloco da “Cidade Educadora” na rua há anos e nós teríamos avançado consideravelmente na direção dessas ideias. Enfim, quando você ouvir uma sugestão de alguém de Rio Bonito, não descarte o que está sendo dito, pelo simples fato do cara ser daqui ou porque o pensamento dele vai de encontro ao seu. Por favor, ouça e reflita antes de rechaçar a sugestão, porque aqui também temos cabeças pensantes e boas ideias. Fica a dica!

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