segunda-feira, 23 de março de 2015

Babilônia

Flávio Azevedo 
Eu não estou entendendo o motivo de tanto palavrório e tanta crítica à novela “Babilônia”, a nova trama da TV Globo. O que se percebe é que a sociedade está escandalizada, porque duas senhoras se beijaram logo no primeiro capitulo. Mas será mesmo que foi o beijo entre pessoas do mesmo sexo que escandalizou os espectadores? Não teria colaborado para esse horror, o fato de serem duas anciãs? Penso assim, porque quando Mateus Solano e Tiago Fragoso se beijaram na novela “Amor à Vida”, não vimos tanto alarde, inclusive, tinha muita gente torcendo por um final feliz entre os rapazes. O que se percebe é que o beijo entre jovens do mesmo sexo é tolerado. Mas a cena de vovós se beijando não agradou!

A verdade é que não é de hoje que a TV Globo estimula o homossexualismo em suas novelas e programas em geral. E faz isso intencionalmente, porque afinal, o assunto está aí e precisa ser discutido. O curioso é que há anos alguns segmentos da sociedade condenam as novelas e atrações globais, mas nunca encontraram eco. Outro problema que ainda não se definiu em relação as novelas é se elas estimulam a sacanagem ou se elas, simplesmente, retratam a sacanagem de uma sociedade egoísta, corrupta e violenta.

Eu, porém, gostaria de chamar a sua atenção para outras questões que há anos as novelas inculcam no imaginário popular e ninguém percebe. Sorrateiramente, costumes, hábitos, comportamentos, estereótipos e valores são derrubados e inaugurados pelas novelas. A questão é que todos aceitam essa imposição, porque para estar na moda tem que estar igual o galã e a dondoca da novela.

Há cerca de 40 anos as novelas fabricam um festival de senhoras fúteis, desfrutáveis, infiéis, cruéis com a família e enlouquecidas por um amor não correspondido. Do outro lado está o que chamam de galã, personagem que há muito tempo perdeu a masculinidade e o senso de justiça dos mocinhos. O que a novela vende como estereótipo masculino é um sujeito pueril, irresponsável, inseguro, infiel, vazio, sustentado pelos pais, ambicioso, sem limites e que está sempre de olho na mulher do outro.

Não sou defensor do homossexualismo, discordo da prática, porém, mais grave que tentar me convencer que está na moda ser gay é me forçar a adquirir estereótipos. Para domar o universo feminino, as novelas trazem atrizes que desfilam corpos esculpidos por custosas cirurgias estéticas e horas de academia. Elas fazem os homens babar. Por falta de tempo e dinheiro, a maior parte das mulheres do mundo real nunca alcançará aqueles corpos, razão de tristeza e depressão para muitas delas. O pior é que depois de um dia cheio, trabalhando fora e dentro de casa, a esposa ainda é obrigada a ouvir o infeliz do marido dizer: “isso que é mulher, não é aquilo que eu tenho lá em casa!”.

Já para impressionar os homens estão os atores. Pilotando motos e carros do último tipo, helicópteros e até aviões, eles exibem corpos malhados, estão sempre sorridentes, sedutores e charmosos, um perfil que também nunca será alcançado pelo cidadão que acorda muito cedo e chega muito tarde na luta diária para sustentar a família. Eles fazem a mulherada sonhar! Por não alcançar o padrão de beleza da novela, a própria esposa chama o esposo de “Ogro”. Mas... E a família, onde fica? Essa nunca é fortalecida nas novelas. Pelo contrário, as principais sacanagens acontecem dentro da família, onde irmão transa com a mulher do irmão; sogra com genro; sogro com nora; empregada com patrão; patroa com empregado... Uma promiscuidade que por ser repetida tantas vezes acaba sendo olhada como normal e quem não faz igual “está fora de moda”.

O que ninguém percebe é que os objetivos traçados nos últimos 40 anos já foram alcançados. Agora que as novelas já conseguiram transformar boa parte do público feminino em madames tresloucadas; e boa parte do público masculino em tremendos bobalhões; o beijo entre pessoas do mesmo sexo – seja entre senhoras; rapazes; ou duas jovens, como aconteceu com Paola Oliveira e Maria Fernanda Cândido (Felizes Para Sempre?) – é apenas um mero detalhe. O que alguns esquecem, porém, é que essa é mais uma estratégia para derrubar velhos conceitos e construir novos hábitos. Todavia, fica muito nítido que implantar a nova ordem, numa sociedade composta por indivíduos tresloucados e bobalhões é muito mais fácil que fazê-lo num ambiente onde as cabeças são orientadas por valores ditos “ultrapassados”.

Termino lembrando que o meu pai lia muitos versos da Bíblia para mim. Eu cresci ouvindo o meu pai lecionando os ensinamentos bíblicos. E ao escrever esse texto, um trecho da Bíblia que ouvi o meu pai falar muitas vezes vem a minha mente. Diz assim: “E depois destas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória. E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e odiável. Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua fornicação, e os reis da terra fornicaram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias. E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas”. Apocalipse 18 . 1 a 4.

Agora, é com você!

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