quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Período Legislativo de Rio Bonito começa como terminou: com críticas a ineficiência do poder Executivo

Flávio Azevedo 
A prefeita Solange Almeida apresentou uma série de realizações da Prefeitura em dois anos de governo, mas não explicou os problemas que estão sendo reclamados pela população.
As palavras de otimismo da prefeita Solange Almeida (PMDB), na abertura dos trabalhos Legislativos de Rio Bonito, nessa terça-feira (24/02), não foram suficientes para calar os vereadores, inclusive, os que integram a base aliada do governo, de onde vem a maior parte das críticas que a administração municipal recebe. A prefeita voltou a dizer que não tem problemas com as críticas, “porque elas servem para ajudar a melhorar”; ignorando o fato de que o grande problema dela é não assimilar as críticas, uma vez que boa parte das reclamações direcionadas a ela é feita desde 2013 e ela ainda não atendeu.

Em sua participação, a prefeita esboçou otimismo; convocou os riobonitenses a falar bem da cidade; alertou para “o ano difícil que nós teremos por conta dos problemas que o governo federal está enfrentando”; enumerou realizações alcançadas nos dois anos de gestão; mas não deu explicações para o que emperra a gestão. Apresentando uma cidade que somente ela e os seus colaboradores conhecem, a prefeita terminou a sua participação com uma alegoria para ilustrar que as pessoas não prestam atenção nas coisas positivas da vida, um discurso bem ao estilo Solange Almeida.

Novo ano velhas críticas

O vereador, Marquinhos Luanda; e a vereadora, Rita de Cássia cobram maior eficiência do município na sua prestação de serviço.
Na pauta das críticas ao governo municipal; a Educação, o Carnaval e a prestação de serviço de maneira geral. O conserto do sinal de transito da cidade foi solicitação dos vereadores Rita de Cássia (PP) e Marcos da Luanda (PMDB). O primeiro a cobrar mais dedicação a Educação da rede municipal foi o vereador Aissar Elias (PMN). Ele acredita que a prefeita deve começar a mudar na Educação, que ainda luta com a falta de professores, “ao ponto da secretária de Desenvolvimento Urbano ter assumido uma sala de aula”. Aissar concluiu abordando a crise hídrica que atinge os estados da Região Sudeste; cobrou atuação mais eficiente da CEDAE, mas não comentou os desmatamentos que estão matando as cachoeiras de Braçanã e já mataram o Rio Seco.

O vereador Marcos Luanda (PMDB) criticou a não realização do Carnaval e destacou que “a falta de recursos pode ser superada com gestão e criatividade. Nós sabemos que existe recurso para a Saúde, Educação e Cultura”. Ele também destacou o aspecto de abandono da cidade, convocou a Comissão de Obras a fiscalizar mais de perto esse assunto, “porque a cidade está cheia de entulhos”; contou que recebeu amigos de fora do município durante o Carnaval “e como vereador da cidade eu fiquei com vergonha”.

Já a vereadora Marlene Carvalho (PPS) fez discurso voltado a Saúde e revelou que no Hospital Regional Darcy Vargas as pessoas estão morrendo. “A situação da Saúde do nosso município é grave e nós precisamos resolver”, frisou a vereadora, acrescentando que os professores estão esperando a implantação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, “mas pelo visto vai para o espaço”. Ela acrescentou que espera pelo menos a implantação do piso nacional e revelou que esteve na Secretaria de Administração, “onde me disseram que chega na conta em fevereiro”.

O vereador Claudinho do Bumbum Lanches (PSB) também tocou na sujeira que atinge a cidade; lembrou que “a qualidade de vida é o principal atrativo de Rio Bonito”; e comentou que os caminhões agregados foram reduzidos por contenção de despesas.
– Eram oito caminhões, três máquinas, quatro Patrois e, segundo a prefeita, para reduzir gastos o município, agora, conta apenas com quatro caminhões e eles estão trabalhando no sistema de rodízio. Trabalha apenas quinze dias. Já não estava conseguindo prestar o serviço com oito caminhões imagine reduzindo. Por outro lado, o cidadão precisa ser mais consciente na hora que corta uma árvore, produz entulho, para a cidade não fica entulhada como está acontecendo na Bela Vista – frisou Claudinho, alegando que só não teve epidemia de dengue porque não choveu e por isso os mosquitos não conseguiram procriar.

O vereador Marcinho Bocão (DEM) disse que a cidade precisa estar limpa, comentou que tem comentado essa questão com a prefeita, frisou que a população precisa fazer a sua parte e destacou que o local de despejo dos entulhos e resto de obras recolhidos estão sendo descartados quase em Nova Cidade. “O preço pago pelo veículo agregado é muito pouco e se o caminhão for duas vezes ao “bota fora”, o óleo que gasta para ir até lá vai dar prejuízo ao dono do veículo agregado”. 

O discurso, porém, mais contundente foi da vereadora Rita de Cássia, que destacou a importância dos pensamentos divergentes e frisou que os vereadores estão usando discursos repetitivos, “porque os problemas se repetem e não se resolvem”. Ela criticou a falta de professores; comentou os problemas com o processo seletivo e atribuição falsa que estão dando aos vereadores no processo de seleção; reclamou da forma como a chefia de gabinete da Prefeitura responde as solicitações da Câmara; lembrou que o Colégio Municipal Dr. Kingston Motta continua na mesma situação; que a prefeita ainda não cumpriu compromissos de campanha assumidos com ela; revelou que alguns veículos agregados estão desde setembro sem receber pelo serviço prestado.

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