terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Rio Bonito segue carente de políticas públicas voltadas ao Turismo

Flávio Azevedo 
Uma imagem da rampa de voo livre feita pela nossa equipe em 2012
O estado de conservação da rampa de voo livre da Serra do Sambê e o acesso ao local têm sido alvo de inúmeras críticas aos governos que se revezam no comando de Rio Bonito. Segundo visitantes que estiveram na rampa de voo livre nas últimas semanas, “o local está péssimo”. O curioso é que a rampa poderia ser uma das locomotivas do setor turístico do município. Em agosto de 2012 publicamos uma matéria sobre o assunto. À época, a nossa reportagem visitou a rampa para falar da falta de investimentos no Turismo e também do abandono do local. Por lá encontramos o técnico de informática, Rodolfo Bragança; e o taxista, Alessandro.

Para a nossa reportagem, a dupla criticou o abandono do local, comentou que o espaço poderia ser entregue a iniciativa privada; e reclamou do acesso a rampa de voo livre. Se Rodolfo sugeriu a cessão do local para a iniciativa privada, Alessandro foi mais enfático: “burrice do governo, que não consegue perceber o potencial desse lugar”.

Quase três anos depois, o governo mudou, mas a forma de governar continuou. Apesar da criação da Secretaria de Turismo, a pasta não desenvolve políticas públicas para o setor. A conclusão que chegamos é de que nos últimos 20 anos, os governos municipais se revezam disputando ponto a ponto o título de “quem será o pior”. E eles sempre conseguem se superar. Nas eleições municipais de 2012, do palanque, o grupo vencedor vendeu um falacioso projeto de implantação de um teleférico que sairia do Green Valley até a Serra do Sambê. Todavia, a administração municipal conseguiu apenas criar uma ineficiente Secretaria de Turismo, que não consegue sequer fazer a manutenção da rampa de voo livre e da estrada que conduz a ela.

Outros pontos 
O Parque da Caixa D'Água é um dos pontos mais belos de Rio Bonito, mas não recebe atenção do poder público.
Junte a rampa de voo livre, espaços como o Parque da Caixa D’Água (no Centro de Rio Bonito); o Mercado Municipal; a área verde próxima a Praça do Green Valley; as cachoeiras existentes na própria Serra do Sambê, em Lavras, em Braçanã ou Tomascar; e as opções de Lazer e Turismo se mostram disponíveis para a iniciativa pública e privada explorar. O Parque da Caixa D’Água está a cinco minutos do Centro da cidade (para quem vai até lá caminhando), contem piscinas naturais muito interessantes (outros poderiam ser criados); e oferece espaço, que poderia ser utilizado pelos grupos teatrais da cidade; e também para datas como Natal, Semana Santa, Corpus Christi, Carnaval, entre outras. 
Milhares de pessoas estão sendo atraídas para a celebração do "Monte", que acontece mensalmente no bairro Colina da Primavera.
Outro setor dentro da área turística, que se mostra aquecido e poderia ser excelente fonte de renda, emprego e crescimento para o município é o Turismo Religioso. Rio Bonito, naturalmente, já conta com elementos necessários para essa estratégia, como as centenárias igrejas de Santana, no Basílio; e a Matriz, na Praça Fonseca Portela. Junte-se a isso, a “Vigília do Monte”, um movimento que acontece na Igreja Católica da Colina da Primavera, que tem sido transmitido, ao vivo, pela Rádio Catedral; e conta com centenas de visitantes de vários municípios vizinhos.

As pedras brutas para serem lapidadas pela Secretaria de Turismo estão disponíveis. As opções a serem exploradas pela pasta, em conjunto com as Secretarias de Esporte e Lazer, Desenvolvimento Econômico e Cultura; estão saltando diante de todos nós. Fica muito nítido que os investimentos no setor turístico devolveriam ao cidadão nascido em Rio Bonito, o gosto de ser “riobonitense”; e fariam permanecer na cidade, sobretudo nos fins de semana, os ‘estrangeiros’ que vivem entre nós (gente que foi atraída pelo Comperj).


Estimular o setor turístico certamente representaria a independência financeira para muitas famílias riobonitenses; a evolução social que almejamos para o nosso município; e daria outro norte a nossa sociedade em todos os setores. Contudo, como esse tipo de iniciativa pode mexer no “status quo” e provocar transformações entre as classes dominantes, com a ascensão de uns e a queda de outros; as coisas precisam mudar, mas sempre para continuar do jeito que estão.

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