domingo, 30 de novembro de 2014

Serra do Barbosão em Tanguá/RJ sofre desmatamento em área de preservação

Flávio Azevedo 
Em março de 2012, técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), policiais civis da 70ª DP (Tanguá) e militares do 35ª BPM (Itaboraí), realizaram uma grande operação conjunta na Serra do Barbosão para coibir desmatamentos, o que prova ser esse um assunto muito antigo e que segue longe de ser resolvido.
Desmatamento em área de preservação no município de Tanguá, mais precisamente na Serra do Barbosão, um dos pontos onde ainda se pode se encontrar a vilipendiada Mata Atlântica, foi um dos assuntos denunciados através do programa Comunidade Livre, da Super Rádio Tupi 1340 AM Leste Fluminense, desse sábado (29/11). De acordo com o jornalista, Francisco Carlos Gomes da Silva, o Professor Chico; e o vereador, Gilmar Cordeiro, o Gilmar da Van, a Serra do Barbosão está sendo desmatada em área de preservação. O Professor Chico acrescenta que esteve por lá e constatou que as denúncias são verídicas. Moradores das proximidades afirmam, segundo o professor, que o vereador de Tanguá, Aldecy dos Santos, o Chico Preto, seria um dos proprietários de terra que está desmatando área preservada.

Também presente no programa, o presidente do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) de Tanguá, Sidnei Aguiar, o Sidinho Boto, explicou que essas informações já chegaram às autoridades estaduais e eles já informaram que farão uma operação na Serra do Barbosão para fiscalizar as denúncias de desmatamento. Chamou atenção dos integrantes da mesa a informação de que um dos responsáveis pelo desmatamento é o vereador Chico Preto, sobretudo porque o parlamentar tanguaense é o presidente da Comissão de Meio Ambiente do poder Legislativo do município.

Em participação no programa, o vereador Gilmar da Van afirma que vai visitar a Serra do Barbosão, garantiu que fará fotos de tudo que encontrar, vai recolher provas e com esse material ela vai levar o caso ao Ministério Público. Tudo indica que este assunto terá vários desdobramentos. Com a palavra, o vereador Chico Preto, e setores como o Conselho Municipal de Meio Ambiente, a Agenda 21 e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Estudo da UFRJ confirma

No site da Agenda 21, as informações de um estudo feito em 2008 mostra que o desmatamento percebido, agora, não é novidade. Segundo o material que fala sobre Tanguá, o município tem 6,2% de sua área protegida por uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, o Parque Natural Municipal Serra do Barbosão, cujo plano de manejo, em 2008, estava sendo elaborado, mas parece que não evoluiu. A Serra do Barbosão é considerada o grande patrimônio ambiental de Tanguá.

O estudo, que foi feito pelo Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio de Janeiro, chama atenção para a falta elaboração do Plano de Manejo do Parque Natural Municipal Serra do Barbosão, especialmente a regularização fundiária (desapropriação). O estudo já havia constatado que há invasão e desmatamento na área.

Também foi percebido que o desmatamento avança sobre trechos pequenos e médios da Mata Atlântica que já estão isolados entre si, reduzindo as chances de conectá-los a fragmentos de vegetação mais extensos e, portanto, ecologicamente viáveis. Mesmo as áreas florestadas mais extensas já estão sendo afetadas pelo desmatamento, registrado também em zonas de amortecimento das Unidades de Conservação.

Ainda segundo o relatório da UFRJ, existe áreas verdes no território municipal, extensa reserva de mata nativa e áreas propícias ao reflorestamento, “mas falta prioridade ao combate ao desflorestamento, além de prevenção e combate efetivos aos incêndios”.

Nota da redação: os desmatamentos na Serra do Barbosão e as infrações ao Meio Ambiente não são novidades em Tanguá. Por exemplo, no Blog “Tanguá Agora”, um texto, publicado em setembro de 2013, aborda uma cobrança do vereador Luciano Lúcio, que questionou o licenciamento para uma suposta ação da mineradora EMITANG na Serra do Barbosão.

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