sábado, 15 de novembro de 2014

Proclamação da República – Um dia de luto no Brasil

Flávio Azevedo 
Nesse dia 15 de novembro, o Brasil celebra o Dia da Proclamação da República, evento ocorrido em 1889. Mas essa data é para celebrar ou chorar? Está aí um fato histórico que aconteceu por puro revanchismo. A Proclamação da República foi uma retaliação a lei que libertou os negros escravos (13/05/1888). No dia da assinatura da Lei Áurea, o Barão de Cotegipe disse uma frase emblemática à princesa Isabel: “Vossa Alteza libertou um povo, mas perdeu um trono”. Ao que ela respondeu: “Se mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil”. E foi o que aconteceu. Um ano e meio depois da assinatura da Lei Áurea, a República foi implantada por uma elite raivosa e indignada com a libertação dos escravos.

O que podemos dizer de um regime que nasceu por conta do racismo de coronéis egoístas, idiotas e reacionários? O que dizer de um regime que nasceu da cabeça de homens machistas, que não aceitavam ser governados por uma mulher? Estamos falando de um país que veladamente ainda escraviza negros, pobres e os menos favorecidos. Estamos falando de uma nação que ainda não conhece o que é ser livre. Estamos falando de um Brasil que intencionalmente produz brasileiros sem Educação e Cidadania, uma situação que resulta num povo egoísta, mimado, pueril e que tem como lema a lógica do “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

O próprio Marechal Deodoro, que proclamou a República, tentou convencer os republicanos que esse modelo de governo seria a ruína do Brasil, mas pressionado, acabou por proclamá-la. O célebre Ruy Barbosa, que redigiu o decreto da República também se arrependeu, mas já era tarde. A proclamação da República tirou do Brasil o sonho de se construir em bases sólidas e justas uma grande nação. Roubou-se do Brasil, a forma de governo mais moderna e democrática já concebida em todos os tempos, o parlamentarismo monárquico, que permanece em 18 das 25 nações mais desenvolvidas do mundo.

A figura do imperador e de tudo que ele representava foi substituída por uma república violenta e corrupta que viveu inúmeros golpes; ditaduras; rebeliões e estados de sítio. O rei, que por estar acima dos interesses partidários, soluciona os conflitos com isenção e experiência, cedeu lugar a presidentes eleitos, sujeitos a compromissos escusos de toda ordem impostos pelas nocivas e nojentas campanhas eleitorais.

Com a proclamação da República, o jovem Brasil perdeu de vista elementos como dignidade; honestidade e, sobretudo aquilo que popularmente chama-se de “Espírito Público”, a essência da Democracia. Para quem não sabe, após o exílio, um grupo de militares arrependidos por terem participado daquilo que manchou a história do Brasil, convidou o bisneto de D. Pedro II, Pedro Henrique de Orleans e Bragança, a dar um golpe de estado e restaurar a monarquia no país. Ele, porém, recusou a indecente proposta sob o seguinte argumento: “não vou usar o artifício que os republicanos usaram para chegar ao poder, eu só aceito tal mudança, se for pela vontade do povo”. 

Em 1993, o povo foi perguntado através de um plebiscito se queriam a volta da monarquia, mas o movimento foi ridicularizado. O que se ouvia pelas ruas era que a volta da monarquia representaria a volta da escravidão. Diziam que o brasileiro voltaria a andar em carroças e outros absurdos desse tipo. Depois de 100 anos de esculacho sobre a monarquia foi até natural ver um povo, que não tem Educação, ser induzido a não olhar com seriedade o plebiscito e possibilidade da volta da Monarquia.

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