domingo, 14 de setembro de 2014

Meu pai... Um grande artista!

Flávio Azevedo

O meu pai, o músico, poeta, escritor e letrista, Francisco Azevedo, que nos deixou no último dia 18 de abril, deixando um vazio impreenchível dentre de nós, será o grande homenageado da “II Feira Literária de Rio Bonito” (FLIRB). O evento está sendo organizado pela Secretaria Municipal de Cultura (Semuc) e começa nessa segunda-feira (15/09), na Praça Fonseca Portela, onde permanecerá até 15 de outubro.

Ao ser informado dessa homenagem, eu me lembrei de uma poesia que ele escreveu assim que começou obter os seus primeiros reconhecimentos como poeta e músico da nossa cidade. Ele intitulou o poema como “Eu Artista... Há-há-há!”. O pai nunca imaginou que um dia ele seria homenageado numa Feira Literária. Eu não tenho dúvida que estivesse ele entre nós, ao saber da novidade ele daria um sorriso encabulado e diria: “é verdade isso, filho?”.

Sim pai, é verdade! Assim como é verdadeira a falta que você nos faz. A verdade maior de todas é que a saudade que sinto do senhor é descomunal! Abaixo, você poderá ter acesso a esse texto, escrito por ele em janeiro de 2009.

Disseram que eu sou um artista
Me exaltaram assim
Quando num dia festivo
Eu toquei meu bandolim.

Foi no programa de rádio
O Tempo em Rio Bonito
Apresentado pelo Flávio
Com prestígio e gabarito.

Agradeci ao elogio
Mas não cheguei a me orgulhar
Porque toco com humildade
Para todos alegrar.

Eu toco músicas sacras
Cívicas e também folclóricas
Apresento músicas clássicas
Sertanejas e bucólicas.

Meu bandolim me entende
E conta com emoção
As tristezas e alegrias
Do meu pobre coração.

Às vezes parece que chora
As mágoas do meu dia a dia
Outras vezes dá impressão
Que vai explodir de alegria.

As oito cordas são mudas
Mas criam voz e beleza
Quando pousam sobre elas
As mãos com hábil destreza.

Enquanto a chama da vida
Meu coração balançar
Com garra e dedicação
Meu bandolim vou tocar.

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