terça-feira, 3 de junho de 2014

Espetáculo teatral retrata realidade das igrejas

Flávio Azevedo 
A noiva recebe a notícia que o noivo comparecerá no casamento marcado para aquele dia.
“Artigo 121” é um espetáculo apresentado pela CIA de Teatro Jeová Nissi que relembra as épicas tragédias gregas. A trupe esteve na Assembleia de Deus Ministério Crescendo em Fé, no Centro de Rio Bonito, no último dia 31 de maio. O espetáculo expõe ensinamentos importantes para cristãos e não cristãos. No início da apresentação a igreja está lotada e todos aguardam o desfecho da trama.

Tudo começa quando no dia do seu casamento, uma noiva descobre que o seu noivo não virá à cerimônia. Para confortá-la, o noivo manda para ela o Consolador, que ao chegar pede que a noiva fique tranquila, porque o noivo não desistiu de casar, ele apenas adiou a sua vinda. “Mas até a sua chegada, eu, o Consolador, estarei por perto para lhe dar o suporte que você precisar”.

Além do Consolador, que constantemente lê cartas que o noivo envia para a noiva, três damas são designadas a fazer companhia a noiva: Fé, Amor e Esperança são os seus nomes. O cuidado da noiva também é de responsabilidade de cinco personagens: o Pastor, o Mestre, o Profeta, o Apóstolo e a Evangelista, um quinteto que vivem se desentendo, inclusive, inculcam na cabeça da noiva que “o noivo está demorando porque ele deve ter desistido do casamento”.
Observados pelo jornalista investigativo (E), os guardiães da noiva arquitetam um plano para que ninguém saiba do desaparecimento do Consolador.
Eles são advertidos pelo Consolador, que sempre é ridicularizado pelo quinteto. Numa dessas discussões, porém, após o Consolador ser ameaçado pelo profeta, o Consolador desaparece. Diante do misterioso sumiço, Pastor, Mestre, Profeta, Apóstolo e Evangelista decidem criar estratégias para que a noiva não perceba a ausência do Consolador.

Nesse interim, a senhorita Esperança é misteriosamente assassinada. Um jornalista busca informações sobre o crime e tenta associar a morte ao desaparecimento do Consolador, situações que o quinteto tenta esconder. A senhorita Fé perde a visão. As desavenças entre o quinteto é flagrante e o clima ruim faz a senhorita Amor sentir muito frio durante as e constantes tentativas de apaziguar o clima sempre tenso.

Já debilitada pela cegueira, a senhorita Fé também é assassinada. Quem será o culpado? O Pastor, o Mestre, o Profeta, o Apóstolo e a Evangelista são acusados pelos crimes e também pelo desaparecimento do Consolador. A juíza já prepara a sentença quando são surpreendidos pela confissão da noiva. O vestido branco está rasgado, sujo e ela confessa ter se corrompido e matado a Fé e a Esperança, por não acreditar mais no regresso do noivo.

Significados 
Ao descobrir que o noivo não virá para o casamento, a noiva é amparada pelo Consolador. 
O espetáculo da CIA de Teatro Jeová Nissi chama os cristãos à reflexão: quem é o verdadeiro responsável pelos assassinatos da Fé e da Esperança? De acordo com a Bíblia, a noiva é a Igreja (Efésios 5:25). O noivo é Jesus, que depois de viver na Terra por 33 anos, morreu na cruz, ressuscitou e retornou ao Céu para preparar um lugar para receber a noiva ou igreja (S. João 14:1-3). Ele deixou, porém, o Consolador, que é o Espírito Santo, que tem por responsabilidade, convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo (S. João 16:7-8).

Ele também deixou, para animar a igreja (noiva), os pastores, os mestres, os profetas, os apóstolos e os evangelistas (1º Coríntios 12:7-11). Mas como esses personagens estão preocupados com os seus próprios afazeres (Ageu 1:9), a noiva se corrompe e esquece o noivo. As suas vestes brancas, que representam pureza, agora estão sujas e sem brilho, porque ela não é mais imaculada como antes. Parte dessa decadência é responsabilidade dos pastores, mestres, profetas, apóstolos e evangelistas, que além de provocarem o desaparecimento do Consolador (Espírito Santo) não percebem que a noiva (igreja) está perdendo a sua pureza.

A paciência da Igreja (noiva) vem da Fé e da Esperança, já que em Hebreus 11:1, o escritor diz que “a fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção dos fatos que não se vê”.

A CIA Nissi 
A Aldeia Nissi, na Angola lançou a campanha "Adote uma criança".
A CIA de Teatro Jeová Nissi iniciou as suas atividades em Campinas, em abril de 2000. A partir de então jovens de várias igrejas passaram a fazer parte do teatro inovador que surgia nas congregações. Muitos abandonaram faculdade, trabalho, amigos e família para cumprir o “ide e pregai o evangelho” (Marcos 16:15). São com jovens como esses que a Companhia Jeová Nissi conta. São nove equipes esplahdas pelo Brasil e pelo mundo. Há equipes na Rússia, Angola, países da Europa e em vários estados brasileiros.

Os artistas não são remunerados e sobrevivem de ofertas recebidas durante as apresentações ou por doações depositadas nas contas da companhia. Em vez de fazer apelos de doações para manutenção da equipe, a CIA Jeová Nissi solicita doações para o projeto Aldeia Nissi desenvolvido em Angola, que cuida de 600 crianças em Comuna do Kunje, um dos lugares mais atingidos pela Guerra Civil angolana.

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