sexta-feira, 13 de junho de 2014

Católicos guardam pão bento no Dia de Santo Antônio para ter fartura

Flávio Azevedo 
O padre Eduardo Braga benze os pães de Santo Antônio.
Centenas de devotos participaram nessa sexta-feira (13/06) da programação preparada para celebrar o Dia de Santo Antônio, na localidade Lavras, em Rio Bonito. O santo é o padroeiro da igreja do bairro. Os fiéis fazem pedidos, agradecem as bênçãos recebidas e aproveitam para levar para casa, o pão bento. Segundo a tradição, esse pão representa fartura para quem o guarda junto com a farinha ou o arroz.

A igreja de Santo Antônio, em Lavras.
Mais de 500 pães foram doados para serem distribuídos entre os fieis. Alguns devotos levam o mantimento para presentear amigos, parentes e colegas de trabalho. Outros levam os pães para distribuir com vizinhos. O padre Eduardo Braga, pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, durante a sua fala na solenidade de encerramento do evento que celebrou o Dia de Santo Antônio desejou fartura e bênçãos aos presentes.

Padroeiro dos pobres e casais, Santo Antônio é um dos santos mais populares do Brasil. Segundo a tradição católica, ele nasceu no final do século XII em Portugal e fazia parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis. Além de simbolizar a fartura, algumas pessoas optam por comer o pão para conseguir um namorado ou marido.

Além da celebração que aconteceu no terreno da Igreja de Santo Antônio, que também abrigou uma festa beneficente onde foram servidos petiscos e guloseimas, os fieis acompanharam uma animada quadrilha (foto).


O simbolismo do pão 
O pão constitui um elemento inseparável de toda a devoção a Santo Antônio. Segundo a tradição católica, Antônio comovia-se tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento. Ao perceber a falta do alimento, o frade padeiro ficou desesperado, porque os demais moradores do convento não teriam o que comer. Ele foi dividir a sua aflição exatamente com Antônio, que o orientou a verificar melhor a dispensa. O irmão padeiro ficou estupefato quando chegou à dispensa e encontrar os cestos repletos de pão. E eram tantos que o alimento foi oferecido aos frades e aos pobres.

Assim, até hoje, na devoção popular, o “pãozinho de Santo Antônio” é colocado, pelos fiéis nos sacos de farinha, com a fé de que, assim, nunca lhes faltará o de comer. Os católicos acreditam que através de Santo Antônio, Jesus continua a realizar um dos seus mais emblemáticos milagres: a multiplicação dos pães, oferecidos com peixes a multidão faminta que o seguia.

Reflexão 
Descontraído e ao lado da imagem de Santo Antônio, o padre Eduardo Braga celebra a missa.
A lição dessa história é que o favor divino não age sozinho. Deus sempre conta com o elemento humano para atuar. Embora seja falho e cheio de erro, o instrumento que Deus utiliza para multiplicar as suas bênçãos é o homem. No relato bíblico, por exemplo, Jesus multiplica os pães, mas quem distribui o alimento são os discípulos (S. Marcos 6: 35-44).

O grande milagre de Jesus está em multiplicar sua presença através daqueles que a Ele se entregam para trabalhar desinteressadamente. Através desses instrumentos Deus quer saciar a fome física e espiritual das pessoas. O pão simboliza a fraternidade. Faltar o pão significa que faltou o sustento. Por isso, a oração ensinada por Jesus, conta com um trecho assim: “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Esse pedido consiste em fazer quem está orando a pedir sustento físico e material, mas também o alimento espiritual através do “Pão da Vida”, que é Jesus.

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