segunda-feira, 23 de junho de 2014

A cova dos leões ainda existe

Flávio Azevedo 
O capitulo seis do livro de Daniel narra uma das histórias mais conhecidas do cânon sagrado. Nas escolinhas infantis das igrejas, pelo seu exemplo de honestidade, firmeza e lealdade a Deus, Daniel é um dos nomes a ser apresentado às crianças. O capitulo seis, porém, é especial, porque conta como Daniel, um homem correto, firme e fiel a Deus, acabou parando na “Cova dos Leões”.

O caso é que o rei Dario decidiu constituir príncipes sobre o reino. E sobre esses príncipes ele nomeou três presidentes, entre eles Daniel, que por sua sabedoria e espírito púbico começou a se destacar. Daniel era tão eficaz, que o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino. Essa situação despertou a inveja e o ciúme dos seus pares. O relato bíblico conta que os inimigos de Daniel “não achavam nele nenhum erro nem culpa”.

Eles perceberam que a única forma de fazê-lo errar era criando alguma coisa que ele fosse obrigado a renunciar a sua fé em Deus. Malandramente, os inimigos de Daniel foram ter com o rei e o convenceram a promulgar uma lei que proibisse qualquer pessoa de fazer uma petição a qualquer deus nos próximos 30 dias. Quem descumprisse o Edito Real seria lançado na cova dos leões. As orações deveriam ser feitas somente a Dario.

Como os lideres do passado pensavam que eram Deus (hoje ainda existe isso), Dario ficou envaidecido com a ideia e assinou a lei. Ao saber da nova lei, Daniel tratou de dirigir-se para a sua casa, onde orava três vezes ao dia ao Deus do céu. Sabedores da fidelidade de Daniel, aqueles homens o vigiaram e não foi difícil encontrá-lo orando a Deus. 
O crime de Daniel foi levado ao rei, que ao ouvir quem era o transgressor da equivocada lei, entendeu a armadilha que aqueles homens arrumaram para Daniel. O rei passou o dia tentando uma manobra jurídica para salvar Daniel, mas não foi possível. A pressão aumentava cada vez mais sobre o rei e ele teve que lançar Daniel na cova dos leões. Antes de executar a sentença, porém, o rei disse a Daniel: “o teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará”. O relato bíblico diz que naquela noite o rei não dormiu, não comeu, nem ouviu música.

Nas primeiras horas do dia, o monarca correu para a cova dos leões. Ele aproximou-se e disse perguntou: “Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?”. O rei ficou maravilhado quando ouviu a Daniel responder: “ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum”.

O soberano ficou empolgadíssimo! Ordenou que tirassem Daniel da cova dos leões e ordenou que fossem lançados ali dentro, os inimigos de Daniel e suas famílias. Diz a Bíblia que ainda não tinham chegado ao fundo da cova e os leões já os tinham atacado e os devorado. O testemunho de Daniel fez com que o rei escrevesse novo decreto: “a partir daquele dia, em todo o domínio do seu reino, os homens deveriam tremer e temer o Deus de Daniel”.

Duas lições podem ser percebidas nessa história. Primeiro, a importância da fé e da confiança em Deus (Daniel). Depois, o perigo da vaidade, que pode condenar inocentes (Dario). É possível que esse texto esteja falando para alguém que nesse momento está na “cova dos leões”. O motivo da sua presença junto aos leões pode ser porque você tentou ser correto, ser leal, se diferente do mundo. Aconteceu com Daniel, porque não pode acontecer comigo e com você? Mas fiquemos tranquilos e confiantes, porque Deus sempre fecha a boca dos leões e nos recompensa pela nossa fidelidade.

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