terça-feira, 27 de maio de 2014

Precisamos descer da árvore para Ele entrar em nossa casa

Flávio Azevedo 
O padre Fábio de Melo finalizou as festividades pelo aniversário de 178 anos de Itaboraí.
No último dia 25 de maio, o padre Fábio de Melo, participando dos festejos que celebraram o aniversário de Itaboraí, entre muitas reflexões abordou a história de Zaqueu. Ele também cantou canção “Faz um milagre em mim”, que faz alusão a esse personagem. Para quem não sabe, Zaqueu embora fosse judeu era odiado pelos seus conterrâneos, porque estava a serviço de Roma. A sua atividade era cobrar os impostos. O problema é que, geralmente, os publicanos cobravam mais do que Roma determinava.

Esse relato está escrito no capítulo 19 do livro de Lucas e de acordo com a narrativa bíblica, Zaqueu era um homem de baixa estatura. A Bíblia conta que uma das grandes curiosidades desse cobrador de impostos era conhecer Jesus, de quem se falava maravilhas. Entretanto, a posição social de Zaqueu impedia essa aproximação. O pior é que a sua baixa estatura não colaborava para que ele pudesse, de longe, ver o Mestre, já que Jesus estava sempre em meio a uma multidão.

Foi quando ele teve um plano. Subir numa árvore que estava no trajeto que seria feito por Jesus. A ideia era contemplar o famoso Jesus sem ser percebido. O desejo de Zaqueu era tão grande, que ele subiu numa figueira brava. Ou seja, uma figueira cheia de espinhos. Ele esqueceu os espinhos e subiu assim mesmo. Quem sabe ele tomou essa iniciativa porque aquela poderia ser a última oportunidade que ele teria de ver Jesus? Quem sabe aquela era a única árvore que favorecia o seu plano? Não sabemos. O que sabemos é que ele subiu e ficou quietinho lá em cima.

De acordo com o padre Fábio de Melo, Zaqueu, na verdade, tinha vergonha de si mesmo. Os judeus não gostavam dele por conta da sua profissão e ele achava que Jesus também o rejeitaria.
– Quantos de nós, hoje, nos encontramos em situação semelhante? Ficamos com vergonha dos nossos atos por conta de uma coisa errada que fizemos. Na verdade, nós não nos perdoamos... Não nos achamos dignos do perdão. Somos duros ao julgar os erros dos outros e repetimos a dose conosco – ponderou o sacerdote.

Achando que estava escondido, Zaqueu tomou um susto quando Jesus chegou embaixo da árvore, parou, olhou para cima e disse: “Zaqueu desce de pressa, porque, hoje, me convém pousar em sua casa”. Todo envergonhado, mas alegre em poder se aproximar de Jesus, Zaqueu desceu da árvore e recebeu o Nazareno em sua casa.

A canção que conta o que se passou na cabeça de Zaqueu geralmente mexe conosco, porque todos os dias, apesar da patente dependência que temos de Deus, nós subimos num lugar alto onde pensamos ser possível apenas ver Jesus. Isso acontece porque nem sempre nós percebemos que “somos pequenos demais” e só seremos vitoriosos se recebermos a de Jesus em nossos corações.

De acordo com o apostolo S. Paulo, “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 2:23). O nosso estado de miséria também é apontado por João. De acordo com ele, somos “desgraçados, miseráveis, pobres, cegos e nus” (Apocalipse 3:17). E para acertar as deformidades de caráter que temos por conta do pecado, a nossa oração diária deve ser “entra na minha casa, entra na minha vida, mexe com minha estrutura, sara todas as feridas, me ensina a ter santidade, quero amar somente a Ti, porque o Senhor é meu bem maior... Faz um milagre em mim”.

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