sexta-feira, 11 de abril de 2014

Rompimento de adutora da CEDAE compromete abastecimento de água em Rio Bonito

Flávio Azevedo 
Nessa 72h de normalização do serviço, o pedido da CEDAE é que a população poupe a água.
Uma máquina que estaria prestando serviço para a Autopista Fluminense, concessionária que administra a BR – 101 rompeu uma adutora de 350mm que leva água bruta para a estação de tratamento da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE). O incidente, que aconteceu na última quarta-feira (09/04), em horário ignorado, provocou o desabastecimento de todo município e a consequente insatisfação dos usuários. É o que informa, em entrevista a nossa reportagem, a chefia do núcleo local da CEDAE, que classifica como “irresponsabilidade” da concessionária que administra a BR – 101, o fato de não ter sido comunicada do incidente para que o reparo fosse iniciado imediatamente.
– Começamos a perceber falhas no nosso sistema, não sabíamos o que estava acontecendo e, até descobrir o problema, já eram 16h. Iniciamos o reparo de forma imediata, mas pela capacidade da adutora que foi danificada, não era um serviço de fácil execução – disse o chefe da CEDAE, Miguel Rinaldi, acrescentando que até a CEDAE ficou sem água, “porque com o rompimento da adutora de água bruta (que leva a água para ser tratada), a estação de tratamento ficou desabastecida”.

O supervisor de serviço da CEDAE, Joaquim Antenor da Silva, comentou que o conserto foi concluído nessa quinta-feira (10/09), por volta das 19h. “Estamos trabalhando firme para normalizar o abastecimento, mas como a estação de tratamento ficou desabastecida, acreditamos que o fornecimento esteja normalizado em 72h”, frisou Joaquim, destacando que o fornecimento de água para lugares como Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Clínica de Doenças Renais (hemodiálise), não foram interrompidos.

Necessidade de reserva

Diante do ocorrido, o chefe da CEDAE reitera os apelos que tem feito para que as pessoas tenham boa reserva de água em seus domicílios. Para Rinaldi, “hoje, uma reserva de 2 mil litros de água já é insuficiente”. Ele também destaca a importância das pessoas terem cisternas para evitar surpresa desagradáveis.
– É nesses momentos que nós percebemos que as pessoas não têm reserva de água. Hoje, com o crescimento do município, o cidadão não pode abrir mão dessa reserva. Outro dia chegou aqui, para a nossa análise, o projeto de um prédio no Centro da cidade. Percebemos logo de início que não haviam colocado cisterna no projeto. Chamamos o construtor, falamos sobre isso, ele argumentou que “como no Centro não falta água, a cisterna era dispensável” – revelou o supervisor, que questiona e faz um alerta: “o abastecimento do Centro pode ser o melhor, mas diante de um incidente como esse, que deixou esse setor da cidade desabastecido, como fica?”.

O uso de cisterna, de acordo com o chefe da CEDAE, Miguel Rinaldi, prejudica, inclusive, o oferecimento de água através do caminhão pipa, “porque a maior parte das casas, prédios e edifícios comerciais da cidade não tem como armazenar a água”. De acordo com ele, em algumas situações emergenciais, a CEDAE poderia mandar o caminhão pipa, “mas a pessoa vai colocar a água onde, se não tem cisterna?”. Rinaldi acrescenta que a situação é tão séria, que até prédios públicos enfrentam esse problema.
– Outro dia fomos a uma escola onde a reclamação de falta de água era constante. Chegando lá descobrirmos que a reserva de água da unidade, que funciona em três turnos, era uma caixa d’água de 1,5 mil litros. Ou seja, como essa escola não ficaria sem água? Estou dando esse exemplo para mostrar que a despreocupação com reserva de água é cultural no riobonitense, mas é um comportamento que prejudica a todos, inclusive, a própria CEDAE – contou. 

As falhas "pontuais" na prestação de serviço da CEDAE não são ignoradas pelos representantes da empresa, “o nosso esforço é para prestar sempre o melhor serviço”, a equipe do núcleo local da CEDAE acredita que está conseguindo resolver vários problemas, “porque os índices de reclamação estão caindo”, mas acrescentam que “a população precisa ajudar mudando determinados comportamentos, e, embora timidamente, mas isso já tem acontecido”, concluiu Miguel Rinaldi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário