terça-feira, 1 de abril de 2014

Presidente da Federação Carioca de Futebol é reeleito até 2018

 Flávio Azevedo 
Rubens Lopes permanecerá no comando da Ferj até 2018.
Por aclamação, o presidente Rubens Lopes foi reeleito nesta terça-feira (11/03) para seguir no comando da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) até 2018. O dirigente contou somente com o apoio do Botafogo, dos quatro grandes clubes cariocas, para ganhar novo mandato.

A votação foi boicotada por Flamengo, Vasco e Fluminense, que emitiram nota oficial em conjunto para criticar a atual diretoria da Ferj na noite que antecedeu a eleição. No documento, eles reclamaram das condições de alguns estádios do Campeonato Carioca, pediram a mudança do formato da competição, que vem sofrendo com baixo público neste ano. E ainda cobraram a renegociação dos contratos de TV.

O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, explicou que não foi consultado para participar da elaboração do documento e reiterou seu apoio a Rubens Lopes.
– Em nenhum momento fui convidado a participar de reunião nenhuma, e nem para falar deste documento. E nem aceitaria, porque quando se está numa batalha, você tem que escolher muito bem seus aliados para depois não tomar um tiro pelas costas. Acho que o fórum para discutir isso é aqui dentro. E eu sempre tenho demonstrado a posição do Botafogo dentro da Federação – afirmou.

O presidente reeleito acompanhou a opinião do dirigente alvinegro e também criticou a ausência do trio, Flamengo, Vasco e Fluminense na eleição. “No processo democrático, você tem que aprender a conviver com os contrários. Concordamos que temos muito a fazer e melhorar. Não somos impermeáveis a mudanças, mas este aqui é um fórum de debates. E essa página de desencontros vai ser apagada e vamos voltar à harmonia”, declarou.

No interior nada funciona

A grande mídia destaca os problemas e crises do milionário futebol da capital, onde estão os clubes de grande expressão do Rio de Janeiro. A queixa lá é a diminuição de receitas, motivada pelo desaparecimento do torcedor das arquibancadas. Todavia, os conflitos internos na Ferj são muito mais impactantes para as Ligas e clubes do interior do Estado, onde estão cidades como Rio Bonito, onde o futebol “jaz” no esquecimento.

Na capital, o noticiário informa que Flamengo, Fluminense e Vasco reclamam que as bilheterias e a Federação não ajudam arrecadar. Esse cenário deixam descontentes os grandes clubes cariocas, que apesar dos problemas contam com patrocínios de empresas de ponta e cotas milionárias de TV. No interior do estado, porém, as Ligas de Futebol, que tem voto na Federação estão abandonadas ou entregues a “oligarquias” ou grupos políticos que controlam tais entidades com mãos de ferro e ações que se aproximam da tirania.

Isso faz com que as referidas Ligas dependam exclusivamente das empresas locais e das Prefeituras, que geralmente têm outras prioridades e/ou não enxergam o desporto como investimento de primeira necessidade. Num efeito cascata, percebe-se que Federação dividida é a razão para a existência de Ligas enfraquecidas, que tem por consequência, a reclamada ausência de competições. Esse cenário também contribui para tornar fracos e sem comando, as Ligas e clubes.


Esse conjunto de fatores aniquila o futebol como desporto, como ferramenta de inclusão social e como negócio, porque afasta o principal ativo do setor: o torcedor, que vai consumir o produto anunciado durante as competições e nas transmissões. Esse arcabouço de fatos é o principal responsável pelo questionado desaparecimento do futebol, sobretudo nas cidades interioranas, que num passado recente tinha um futebol local encarado como um evento familiar, como principal assunto das rodas de bate papo e destino de milhares de famílias nos fins de semana.

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