terça-feira, 18 de março de 2014

Assimilação e Acomodação

Flávio Azevedo
Note que nessa célebre figura, o feitor que chicoteia o escravo, também tem a pele negra.
Nas aulas de Sociologia nós estudamos os conceitos de “assimilação” e “acomodação”. O exemplo geralmente é a situação dos africanos que viviam como escravos em nosso Brasil, colonizado por europeus.

Alguns desses negros passavam por um processo de “assimilação”. Ou seja, eles pensavam que eram brancos, agiam como brancos, ao ponto de caçar os negros fujões, açoitá-los, torturá-los e pendurá-los nos famosos troncos. Muita gente não sabe, mas os negros eram castigados pelos seus iguais. Raramente um branco descia à senzala para açoitar um negro. Os temidos “Capitães do Mato” eram negros que assimilavam a cultura do europeu (senhor de engenho) e se voltava contra os da própria raça.

Já o fenômeno da Acomodação era percebido entre os negros que não se achavam europeus. Eles tinham consciência da sua condição de escravo, mas assim que podiam eles se rebelavam, fugiam e, se eram recapturados, eles, com resiliência (palavra que você usa no seu texto), se “acomodavam” até a próxima rebelião.

O que mais você vê? Acomodados ou assimilados? Os acomodados, às vezes, se rebelam, mas os assimilados, como os velhos “capitães do mato”, são contrários e a conjuração não frutifica. Como Joaquim Silvério dos Reis, que traiu os membros da Inconfidência Mineira, os assimilados entregam os seus iguais a forca.

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