quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Chega de ser refém da Ampla e da energia elétrica

Flávio Azevedo 
Os parques aeólicos mudam a paisagem dos locais onde eles são implantados.
Na edição 39 do jornal “O TEMPO” (agosto/2013), a nossa reportagem abordou os constantes apagões, a má prestação de serviço da concessionária que explora o setor (Ampla), as consequências e impactos dá má prestação de serviço na vida do contribuinte e sugerimos investimentos do governo em todas as suas esferas na captação de energia solar. Os constantes apagões, o desconforto que gera os problemas no fornecimento de energia são temas de inúmeras conversas e papos de botequim. Um giro por Rio Bonito, seja em localidades centrais ou mais afastadas, a irritação com a Ampla é geral.

Se na edição 39 nós apontamos como solução o investimento e o estímulo ao uso de energia solar, nessa reportagem nós abordaremos a Energia Eólica, quando a energia do vento é transformada em energia útil. Essa alternativa é renovável, está permanentemente disponível, pode ser produzida em qualquer região, é limpa, não produz gazes de efeito estufa durante a produção e requer menos terreno. Quanto aos impactos ambientais gerados pelos aerogeradores, ele é menos problemático do que outras fontes de energia.

Em 2010, a produção de energia eólica era responsável por mais de 2,5% da eletricidade consumida à escala global, apresentando taxas de crescimento na ordem dos 25% por ano. A energia eólica faz parte da infraestrutura elétrica em mais de oitenta países. Na Dinamarca, por exemplo, ela representa mais de um quarto da produção de energia.

Vantagens

A energia eólica comporta numerosas vantagens face às energias tradicionais e mesmo em comparação com outros tipos de energias renováveis. Apesar das aparentes vantagens, a energia eólica também apresenta desvantagens e impactos significativos, principalmente, no uso de grandes aerogeradores, parques e usinas eólicas, que se inspiraram nas experiências dos antigos fenícios, gregos, romanos, e mais tarde os portugueses, que utilizavam a energia do vento para mover as suas embarcações.

Entre as principais vantagens da energia eólica os especialistas e estudiosos do assunto apontam que ela é inesgotável, não emite gases poluentes, não gera resíduos e diminui a emissão de gases de efeito de estufa (GEE).  Pesquisadores também apontam como vantagem, o fato dos parques eólicos serem compatíveis com outros usos e utilizações do terreno como a agricultura e a criação de gado; gera emprego, renda e provoca investimento em zonas desfavorecidas e movimenta a economia.

Outra vantagem dessa energia é que os aerogeradores não necessitam de abastecimento de combustível e requerem escassa manutenção, uma vez que só se faz uma revisão semestral. Estudos apontam que em cerca de seis meses, o aerogerador recupera a energia gasta com o seu fabrico, instalação e manutenção.

Já entre as desvantagens da energia eólica podemos citar a intermitência, ou seja, nem sempre o vento sopra quando a eletricidade é necessária, tornando difícil a integração da sua produção no programa de exploração. Provoca um impacto visual considerável, principalmente para os moradores em redor, que apontam os parques aeólicos como uma grande modificação da paisagem. A morte de aves que se chocam nas laminas também é outro problema.

Iniciativa privada dá exemplo

A Honda Automóveis do Brasil anunciou, recentemente, a construção de um parque eólico na cidade de Xangri-lá, no Rio Grande do Sul, que irá suprir toda a demanda de energia de sua fábrica de automóveis, localizada na cidade de Sumaré (SP). A iniciativa, inédita entre as fabricantes de automóveis presentes no País, receberá investimento inicial de R$100 milhões. A entrada em operação do parque eólico da Honda está prevista, inicialmente, para o próximo mês de setembro. Mundialmente a Honda estabeleceu metas voluntárias para reduzir o impacto ambiental de seus produtos e operações até 2020. Isto inclui a redução de 30% das emissões de CO2 de seus produtos e processos produtivos.

Segundo Eigi, presidente da Honda Energy, o principal motivo para o investimento será o retorno socioambiental, que faz parte do compromisso global da empresa com a sociedade.
– Desde que iniciou a produção no Brasil, em 1976, a Honda tem se empenhado em contribuir com a sociedade local, trabalhando constantemente para minimizar os impactos ambientais de suas atividades. Após inúmeros estudos concluímos que a energia eólica apresenta excelentes resultados ambientais, pois não gera CO2 durante a sua produção e é uma excelente alternativa no Brasil. Com isso, estamos também nos adequando à meta estabelecida pelo presidente mundial da Honda”, explica.

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