quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Política Cultural nós nunca vimos!

Flávio Azevedo


Todo início de ano é a mesma coisa! O assunto “incentivo ao setor cultural de Rio Bonito” aparece em jornais, nas rodas de bate-papo e, principalmente, nas mídias sociais. O interessante é que os grupos políticos se manifestam como se já tivessem fomentado alguma coisa que fosse realmente relevante para o setor. Convém lembrar que as únicas iniciativas culturais que Rio Bonito presenciou foram lampejos, soluços, e nunca uma ação consistente e perene. Isso sem falar que muita coisa só acontece por conta da iniciativa particular dos artistas e/ou empresários da cidade.

Em todos os tempos, a política cultural em Rio Bonito é pífia e todos nós sabemos disso! Pensar diferente é puxa-saquismo e/ou burrice. Aliás, uma política cultural voltada ao preservacionismo e que atue junto com a promoção do Turismo; do fortalecimento das nossas raízes; da divulgação dos nossos ícones culturais, tais como Igrejas (inclusive, a Igreja de Santana, no Basílio, é único patrimônio tombado de nossa cidade), Índio Chorão e todo Parque da Caixa D'Água; cachoeiras como as que temos em Braçanã, Lavras e Tomascar; as nossas rampas de Voo Livre (Serra do Sambê e Lavras); nós nunca vimos (somente soluços)!

Existe, porém, uma realidade que é ignorada por quase todos. Hoje, a promoção dos ícones culturais de qualquer lugar é um negócio... Aliás, um negócio bem lucrativo, mas isso precisa ser entendido por todos nós. Olhar os grupos teatrais, musicais, atores, músicos, escritores, festivais e eventos que envolvam essas pessoas; prestigiar os nossos escultores, artesãos, desenhistas etc., como um negócio é o que está faltando.

Fica muito nítido que além do poder público precisar comprar essa ideia, as pessoas envolvidas e a sociedade como um todo precisam ter esse mesmo entendimento. O contrário disso torna toda e qualquer iniciativa manca e sem consistência! O problema é que em cidades de menor porte como Rio Bonito, existe uma eterna queda de braço entre o "Romantismo" e o "Business", o que é uma "burrice", já que um setor não vive sem o outro.

Os personagens envolvidos no setor cultural comem, precisam sustentar suas famílias e seus projetos culturais e/ou artísticos. Por outro lado, o município precisa desse pessoal atuando para mostrar alguma coisa ao visitante que chega. Bem, se é que se pretende colocar a “Cidade Risonha” no roteiro turístico do país. Sendo assim, seria salutar se as diferenças fossem deixadas de lado e esses atores, o "Romantismo" e o "Business" caminhassem de mãos dadas. É possível? Claro que é! Mas é preciso que o trabalho de lugar as picuinhas, as divergências de viés pessoal e outras bobagens que atrasam e atravancam o crescimento do setor cultural e artístico de Rio Bonito.

É o que penso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário