quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Violência assusta riobonitenses que cobram atitude das autoridades

Flávio Azevedo 
Assalto a mão armada tem sido uma constante no município.
Não é de hoje que a escalada da violência em todo município preocupa a população riobonitense. Moradores das localidades, interioranas; central e/ou comercial; e dos bairros periféricos; têm sempre a mesma reclamação: “a violência está aumentando, o tráfico de drogas se espalha, os roubos e furtos são diários, mas o policiamento é diminuto, a Justiça é lenta e a classe política parece estar inerte”. Na nossa última edição reproduzimos o texto escrito pela médica Júlia Alfradique, onde ela narrava os momentos de terror e apreensão vividos por ela e sua família durante uma tentativa de assalto no Centro de Rio Bonito (o carro deles foi, inclusive, alvejado pelos bandidos). Dias depois, outro médico, o cardiologista Flávio Colucci foi assaltado por dois elementos, armados, enquanto prestava socorro a sua sogra.
– Imagina que situação! Eu tentando socorrer a minha sogra, ela não estava nada bem de saúde, e dois elementos com armas em punho nos dando pressa, se apropriando dos nossos pertences... Uma situação que eu não desejo para ninguém – contou o médico, afirmando que isso precisa ser pensado não só pelas autoridades, mas também pela própria sociedade.

Alguns dias depois a situação voltou a se repetir. A vítima dessa vez foi o ex-prefeito de Silva Jardim, Marcello Zelão. Acompanhado da esposa, ele deixava o funcionário Luciano Osawa em casa, na Praça Cruzeiro, quando foram abordados por marginais armados. Eles levaram o carro, dinheiro e os celulares. Outros episódios de assaltos à mão armada estão sendo narrados por outras pessoas que, com razão, cobram providência das autoridades constituídas.

Nos últimos dias, a indústria do roubo de motos, que, pelo menos em Rio Bonito, não estava tão atuante, retornou com força e os roubos são diários. Os estacionamentos específicos para moto são constantemente visitados pelos ladrões. Algumas vítimas, por exemplo, o escritório do nosso colunista Moysés Alves (Marisa e Jonas), já perderam duas motos num curto espaço de tempo. As últimas vítimas que temos notícias são o funcionário público Jonas Batista, morador de Catimbau; e o secretário municipal de Cultura, Zeca Novais.

O outro lado da moeda

Os noticiários, porém, mostram que a polícia e as autoridades não estão inertes. O comando do 35º Batalhão da Polícia Militar anunciou o aumento do efetivo de policiais militares, sobretudo nessa época de fim de ano, quando as pessoas, por conta da época festiva e do 13º salário, estão circulando com mais dinheiro. Policiais andando em dupla pelo Centro de Rio Bonito estão sendo vistos constantemente. Os assaltos, porém, sobretudo nos fins de semana, continuam acontecendo.

As prisões de traficantes e esticas também continuam acontecendo. Depois de prender, só na localidade da Serra do Sambê, quase 10 pessoas envolvidas com o tráfico, a polícia voltou a prender, por conta do mesmo crime, outro morador do bairro. Outro três homens foram presos nas últimas semanas, mas a insegurança continua dominando as pessoas, que saem, mas não sabem se retornarão em segurança. Uma das primeiras ações da prefeita Solange Almeida, assim que assumiu a gestão do município, foi criar as Secretarias, de Segurança e Antidrogas, mas fica muito nítido que “Rio Bonito precisa de mais”.

O padre alerta

Dialogando sobre esse assunto, o Padre Eduardo Braga, pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, e eterno guerreiro na luta contras as drogas e a violência, comenta que a sociedade precisa fazer a sua parte, a partir da vigilância dos filhos, “que estão cada vez mais carentes de limites”. De acordo com o sacerdote, tudo começa com a falta de preocupação com as crianças e adolescentes que estão cada vez mais promíscuos e sem limites.
– Eu já falei que Rio Bonito é uma cidade pequena, todos ainda se conhecem, é possível implantar vigilância nas entradas e saídas da cidade, mas precisamos ser mais atenciosos dentro de nossas próprias casas. O volume de crianças e adolescentes namorando nas laterais da igreja, nas praças, numa relação de intimidade que mais parece um ato sexual, é encarado pelos pais como normal. Meninos e meninas estão tirando fotos dos seus corpos, postando na internet e isso não é alvo de nossa preocupação – alerta o padre, destacando que esse cenário é a raiz de problemas sociais maiores e mais sérios.

Para o padre, a licenciosidade e o relativismo, doutrinas que marcam a sociedade moderna, já estão dentro das igrejas e isso não está sendo percebido, porque os interesses estão focados em outra direção.
– O receio com a impressão que podemos causar por sermos firmes com a perversão e por sermos oposição aos contravalores, tem feito com que muitos prefiram calar. Aliás, aqueles que se posicionam de forma diferente acabam rotulados como pessoas que estão na contramão da modernidade – concluiu o sacerdote.

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