sexta-feira, 31 de maio de 2013

John Maynard, ele morreu por nós!

Num cemitério de Búfalo, nos Estados Unidos, eleva-se sobre um túmulo uma magnífica cruz de mármore. Em frente desse túmulo está assentado, em um banco, um velho de cabelos brancos. As mãos postas sobre os joelhos, ele tem os olhos fitos na cruz, enquanto pelas faces lhe deslizam abundantes lágrimas. Muitas vezes pode ser visto ali naquela atitude, rodeado de outros que também param comovidos.

Quando se lhes pergunta o que significa essa sua atitude, eles apontam para a laje de mármore sobre a qual se acha gravado em letras de ouro: “Ao timoneiro John Maynard. Os passageiros agradecidos do 'Schwalbe.' Ele morreu por nós!". Se insistirmos nos pormenores, com lábios trêmulos e olhos umedecidos ouvimos a seguinte e tocante história:

John Maynard era timoneiro num vapor que se dirigia de Detroit a Búfalo. Nós éramos passageiros. Corria uma bela tarde de verão e o convés regurgitava de gente, quando uma espiral de fumo começou a subir de dentro do vapor.

– Sympson, bradou o comandante, desce lá abaixo a ver o que há!
Sympson desceu e, tornado a subir, muito pálido, exclamou:
– Senhor comandante, o navio esta a arder. E imediatamente se ouviu de todos os lados o brado angustioso: "Fogo a bordo! Fogo a bordo!".

Toda a tripulação acudiu pressurosa, atacando vigorosamente o incêndio com poderosos jatos de água, mas tudo em vão. Havia, no carregamento, grande quantidade de resina e alcatrão, que frustravam todos os esforços para apagar o fogo. Os passageiros correram para o comandante e lhe perguntaram:

– Que distância nos separa de Búfalo?
– Uma milha e meia.
– Quanto tempo é necessário para vencer essa distância?
– Três quartos de hora (45min), se a marcha for mantida.
– Haverá algum perigo?
– Perigo? Vejam como a fumaça irrompe! Por Deus, refugiem-se na proa, se não querem perecer!

Todos se precipitaram para frente. Passageiros, marinheiros, homens mulheres e crianças. John Maynard, porém, se conservou ao leme. O fogo irrompia, despedindo chamas e negros rolos de fumo. O comandante, embocando o tubo acústico, brada:

– John Maynard!
– Às ordens, senhor comandante!
– Está ao leme?
– Sim, senhor!
– Qual é o rumo?
– Sul-sudeste!
– Aproe para sudeste.

A costa se aproximava, e outra vez bradou o comandante:
– John Maynard!

A resposta se fez ouvir muito fraquinha: Às ordens, senhor comandante!
– Resiste ainda cinco minutos?
– Resistirei com o auxílio de Deus!

O cabelo do velho timoneiro estava crestado até o crânio, o corpo queimado e a mão direita carbonizada. Firme, porém, como um rochedo em meio das águas, John Maynard carregou a esquerda sobre o leme e aproou a terra.

Todos estavam salvos, menos o timoneiro. Caindo na praia rendeu o espírito. Morreu por nós! Rodeamos o corpo, profundamente enternecidos e com os olhos rasos de lágrimas. Aqui está sepultado. Marinheiros e passageiros e quase toda a cidade acompanharam o seu sepultamento. Quando o corpo baixou à sepultura, fortes soluços e voz de choro se fizeram ouvir. Erigimos para ele este monumento, que passará, porque não resistirá à ação do tempo. A sua memória, porém, há de continuar em nossos corações – nunca o havemos de esquecer, porque ele morreu por nós.

“Prezado leitor! Dirija os teus olhos ao Gólgota, e verás ali três cruzes. Numa delas o “Varão de Dores” de quem testificou o profeta Isaías: ... Verdadeiramente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si... Foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades. O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas Suas pisaduras fomos sarados. Isaías 53:4 e 5.

Sua memória há de continuar em nossos corações. Nunca o havemos de esquecer, porque Ele morreu por nós!

Fonte: livro “Pérolas Esparsas”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário