quinta-feira, 14 de março de 2013

Católicos têm novo Papa – Francisco I


Flávio Azevedo

O argentino Jorge Mario Bergoglio é o novo Papa. 
O novo papa, o cardeal Jorge Mario Bergoglio, escolhido nessa quarta-feira (13/03), já me impressionou pelo nome que adotou: “FRANCISCO”. Não porque esse é o nome do meu pai, mas por ser um nome que significa “simplicidade”, “atenção aos menos favorecidos” e “aversão ao luxo e a suntuosidade” (perfil que precisa ser observado e praticado por todas as religiões da atualidade). Classificado como um soldado “jesuíta”, Bergoglio é seguidor dos valores defendidos por S. Francisco de Assis, com quem nasce boa parte do pensamento franciscano.

Em todos os sites e notícias que falam sobre o novo Papa, os textos que o apresentam são como música para os meus ouvidos. Ele é classificado como um homem silencioso e que deverá conduzir a estrutura Católica com mãos de ferro e preocupação social. Um sacerdote altamente intelectualizado, austero, dedicado aos pobres e inflexível nas questões dogmáticas... Que bom! Alguém que não segue a liquefação e volatilidade da modernidade.

Na Argentina, sua terra natal, ele seguidas vezes atacou a classe política a quem acusou de não combater a pobreza, mas sim, usar os pobres para se perpetuarem no poder (o manjado hábito de trocar projeto político por projeto de poder), o que demonstra a sua firmeza e ausência de medo disso ou daquilo.

Conhecido por sua simplicidade, Bergoglio vivia sozinho, em um apartamento, no segundo andar do edifício da Cúria, ao lado da Catedral de Buenos Aires. Em 2004, após a tragédia da boate Cromagnon (um desastre semelhante ao que ocorreu em Santa Maria/RS), ele percorreu os hospitais da cidade para ajudar e confortar as famílias das vítimas. Pouco amigo de aparições na imprensa, o novo Papa sempre preferiu manter-se no anonimato, costuma usar transporte público e foi um dos poucos cardeais que, quando chegou a Roma (para o conclave), não usou veículos oficiais.

Diante da impactante renúncia de Bento XVI e da festiva e inesperada escolha de um Papa latino-americano como seu sucessor, a grande mídia se perde apresentando curiosidades desnecessárias sobre o novo Papa. Curiosamente, ainda não vi nenhuma reportagem que com profundidade aborde os desafios do Papa Francisco I. Um texto que fale sobre a recuperação e conservação da igreja, sobretudo naquilo que Bergoglio se notabilizou: a proximidade com os pobres, a promoção das causas sociais e, logicamente, no debate de temas provocados pela modernidade.

Uma análise rápida do contexto histórico mundial e a escolha de um Papa latino-americano, região do mundo onde o catolicismo ainda é forte, mostram que a Igreja Católica quer começar uma nova fase. Que não se perca de vista, porém, o grande objetivo de toda e qualquer igreja: DEUS. Sendo assim, eu termino esse texto com uma reflexão do Padre Fábio de Mello, que penso ser um desafio para os fieis de toda e qualquer denominação que, às vezes, sem perceber “divinizam” as autoridades eclesiásticas e as colocam acima da verdadeira divindade (Pai, Filho e Espírito Santo).

Disse Fábio de Mello: “Eu não estou na igreja por causa do papa. Eu não estou na igreja por causa dos cardeais. Eu não estou na igreja por causa dos padres. Eu estou na igreja por causa de Jesus Cristo! E se houver alguma falha da parte de qualquer um daqueles, isso não será o suficiente para eu desanimar em minha fé”.

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