segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Vencendo os medos e as tempestades


Flávio Azevedo

Ao desviar os olhos de Jesus, Pedro afundou. A história se repete nos dias atuais.
Problemas... Lutas... Batalhas... Desafios... Decepções... Interrogações... Esses são alguns dos elementos que formam uma tempestade na vida do ser humano. Os estragos são muitos e inevitáveis, sobretudo porque o controle dessa tormenta está na mão de um ser que está sempre interessado em nos destruir. Mas... Como vencer? Como superar? Como amenizar as sequelas de uma tempestade? O que fazer para que ela não mine a nossa vida física, mental e espiritual?

Bem, para responder esse questionamento é importante refletir na história que está escrita no capítulo 14, versos 22 a 32, do livro de S. Mateus. Diz o relato sagrado que Jesus ordenou que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante dEle para o outro lado, enquanto despedia a multidão. E, despedida a multidão, (Jesus) subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada a tarde, estava ali só. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário.

Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles (os discípulos), andando sobre o mar. E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: “Um fantasma!”. E gritaram com medo. Jesus, porém, lhes respondeu: “Tende bom ânimo, sou eu, não temais”. Respondeu-lhe Pedro: “Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas”. E ele disse: “Vem”.

E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, me salva! E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? E, quando subiram para o barco, acalmou o vento.

A intrepidez de Pedro nos deixa algumas lições importantes. A primeira deixa claro que quando queremos andar na direção de Jesus, não importa o caminho, Ele sempre dirá “venha!” e nós poderemos ir. A segunda lição, e essa eu gostaria de me deter um pouco mais, é que quando estivermos andando por superfícies difíceis, não podemos desviar os olhos de Jesus. Pedro foi bem até que deixou de prestar atenção em Jesus para sentir o vento da tempestade. Há quem diga que em seu coração nasceu um espírito de soberba e ele desejou olhar para trás com o objetivo de ver a expressão dos seus companheiros.

Entretanto, quando o lugar de Jesus foi tomado por esses sentimentos... Quando a soberba tomou o lugar da devoção ao mestre... Quando Pedro tirou os olhos de Jesus para pensar em outra qualquer coisa... Ele começou a afundar. Contudo, ele pediu socorro a Jesus, iniciativa que podemos colocar como a terceira lição desse relato (porque nem sempre fazemos isso).

Aliás, no livro de Hebreus, capítulo 12, versos 1 e 2, o autor do livro diz o seguinte: “Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta. Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.

Os técnicos de todas as modalidades esportivas dizem que durante uma luta, sobretudo se estivermos falando de esportes individuais, o ideal é olhar sempre o adversário nos olhos. Segundo o texto bíblico, porém, o nosso olhar deve estar fixo em Jesus, “autor e consumador da fé”.

A quarta e última lição está na chegada de Jesus ao barco que estava sendo açoitado pela borrasca. Segundo o relato, quando Ele subiu na embarcação, a tempestade passou. Isso deixa claro qual deve ser a nossa atitude diante das tempestades. É preciso deixar que Jesus, diariamente, entre no barco das nossas vidas, porque quando Ele entra a tempestade acaba. Que possamos entender a dependência que temos de Deus e de Jesus. Que Eles sejam figuras constantes em nossas vidas... A cada decisão... A cada escolha... A cada iniciativa tomada.

Concluo com o conselho deixado no livro de Salmos. No verso 5 do capítulo 37, o salmista escreveu: “entrega o teu caminho Senhor, confie nEle e o mais Ele fará”.

A construção desse texto me fez lembrar a letra de uma canção que conheço desde a minha infância: “Fixa teus olhos no mestre”, um hino que conta com três estrofes de letras bem significativas.

Se amargas tristezas da vida
Curvarem-te a fronte em dor,
E vendo a esperança perdida,
Caíres nas mãos do temor.

Refrão

Fixa teus olhos no Mestre,
Confia no bom Salvador;
Fruirás, na luta terrestre,
Maravilhas do Seu doce amor. 

Se as ondas cruéis do oceano
Quiserem a nave tragar,
E as vagas do mal tão insano
Fizerem-te a fé vacilar.

Se aflito, sem fé, sem coragem,
Vagando nas sendas do mal,
Do mundo seguindo a miragem,
Não ouves a voz divinal.

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