sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Dívida da Prefeitura de Rio Bonito já chega a R$ 21 milhões

Flávio Azevedo

A prefeita Solange Almeida falando sobre os problemas da cidade ao lado do vice, Anderson Tinoco. 
Em entrevista coletiva concedida na tarde dessa quinta-feira (03/01), na Prefeitura de Rio Bonito, a prefeita Solange Almeida (PMDB) anunciou que a dívida da Prefeitura Municipal (restos a pagar) é de cerca de R$ 21 milhões. Ao lado do vice-prefeito Anderson Tinoco (PSDB) e de parte do seu secretariado, a prefeita disse estar satisfeita com a possibilidade de voltar a administrar o município (ela foi prefeita entre os anos de 1997/2004), mas afirma que o cenário encontrado é preocupante e teme que a prestação de serviços essenciais seja comprometida.
– A minha principal preocupação é com os salários de dezembro (R$ 5,5 milhões) que não foram pagos aos servidores do município. O problema é que nós não reunimos condições de pagar duas folhas em janeiro. As pessoas trabalharam dezembro inteiro e podem receber os seus pagamentos somente no fim de janeiro. No dia da posse, o ex-prefeito José Luiz Antunes me apresentou um balancete que mostrava uma dívida de R$ 15 milhões. Entretanto, com os débitos do município com Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Iprevirb) esse valor chega a R$ 21 milhões – revelou.

Outros problemas anunciados foram a não publicação do Orçamento de 2013, estimado em R$ 162 milhões e aprovado no último dia 13 de dezembro; obras inauguradas nas últimas semanas de 2012, “mas entregues sem nenhuma condição de funcionamento”; as condições do Hospital Colônia Rio Bonito (HCRB), classificadas pela prefeita como “triste”; e o lixo de Tanguá que estava sendo despejado em Rio Bonito. “Por conta da destinação do nosso lixo, o município já tem problemas com o Ministério Público (MP). Como se não bastasse isso, descobrimos que Tanguá estava trazendo o seu lixo para Rio Bonito. O secretário de Meio Ambiente, Newton Almeida, já esteve no município vizinho e isso não vai mais acontecer”, ponderou.

Ainda segundo Solange, o HCRB foi encontrado sem alimentação, roupas, colchonetes e matérias de limpeza. “Os pacientes abrigados numa residência terapêutica, inaugurada nos últimos dias de dezembro, também foram encontrados, no último dia 1º de janeiro, sem alimentação”. A prefeita lamentou as dívidas do município com o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), estimadas em R$ 900 mil (três parcelas de R$ 300 mil) e comentou as “condições deploráveis” da frota do município.
– Alguém me disse para expor os veículos, mas acho isso desnecessário. A ambulância da UPA, com dois anos de funcionamento, está com o motor batido. Vários carros também estão na mesma condição. O que precisamos fazer é arregaçar a manga e trabalhar – disse a prefeita, que disse não querer dar o troco na administração Mandiocão, que nos primeiros dias de governo, em janeiro de 2005, expôs os carros sucateados deixados pela gestão Solange.

Milhares de medicamentos vencidos e mal armazenados também foram encontrados pela equipe da prefeita Solange. Com o apoio do Procurador Geral, Gustavo Lopes, ela revelou que a Prefeitura e vários prédios da administração municipal estão recebendo energia elétrica por força de uma Liminar Judicial (a energia foi cortada no dia 27/12 e religada através de liminar). A dívida do município com a Ampla seria da ordem de R$ 300 mil. Ainda segundo a prefeita, a dívida do município com o Iprevirb, “inclusive, parcelamentos de dívidas anteriores, é outro desafio que temos para resolver”.

Em relação ao desabastecimento de água, uma reclamação de todos os bairros da cidade, a prefeita classifica o assunto como “calamitosa”. “A questão da água, hoje, não está restrita mais ao Parque Andréa. O problema atinge todo município. No 3º Distrito, as reclamações são constantes e, hoje, até o Centro da cidade sofre com essa questão. “A CEDAE tem um convênio celebrado com Rio Bonito, segundo esse documento, a água deveria chegar ao 2º Distrito em um ano, mas esse prazo já expirou e nada foi feito”, disse a prefeita.

Durante a entrevista, Solange comentou que o Colégio Municipal Maurício Kopke, na entrada da Caixa D’Água, está com o segundo andar interditado por conta das inúmeras goteiras; e comentou que o estado da Colégio Municipal Kingston Mota, no Parque Andréa, é grave, a superlotação é preocupante, “mas as obras da escola nova não foram iniciadas”. Ela também expôs o problema das residências distribuídas aos desabrigados e disse as casas não estavam em condições de ser entregues.
– Os apartamentos do Green Pack, por exemplo, não têm água porque a bomba não foi ligada. A energia elétrica alimenta apenas os prédios e isso tem causado sérios transtornos aos novos moradores – afirmou a prefeita, acrescentando que o critério de distribuição das moradias do Parque Andréa foi confuso, as reclamações das famílias que teriam direito são muitas, “mas nós ainda não conseguimos entender como foi feita essa distribuição”.

Um comentário:

  1. Que equipe de transição é essa que não apresentou o relatório antes de 31/12? Se isso tivesse ocorrido, não causaria trauma e muito menos desconfianças! Quer que eu diga o que faltou?

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