sábado, 24 de novembro de 2012

Política interna na CBF derruba Mano Menezes da Seleção Brasileira de futebol

Flávio Azevedo

O treinador Mano Menezes foi demitido, curiosamente, quando vivia o seu melhor momento na Seleção.
Que me desculpem aqueles que estão soltando fogos de artifício por conta da demissão de Mano Menezes da Seleção Brasileira, entre eles o baixinho Romário, mas diante de um cenário que ninguém quer imaginar (gente que gosta de ser enganada), pouca coisa mudará. Os prováveis substitutos, Tite, Felipão e Muricy, em nada são melhores que Mano. Também não são piores. Estamos falando de treinadores previsíveis, assim como todos os técnicos espalhados pelo mundo. Os nomes cogitados para assumir essa furada vão representar “mais do mesmo”.

O único que poderia fazer algo diferente a frente de qualquer equipe de futebol seria o laureado espanhol Pep Guardiola. Apesar de ser o “treinador do momento”, por uma série de fatores que a mídia brasileira e o próprio povo nunca admitirão, Guardiola não conseguiria emplacar no comando da Seleção Brasileira. Vale lembrar que nós estamos falando de um povo que embora seja alienado e sem Educação, se acha os melhores treinadores do mundo. Estamos falando de gente que se habituou a repetir a ladainha vendida pela mídia coorporativa e interesseira.

Aliás, o que está em jogo na cabeça dos dirigentes – estamos falando de demissão e contratação – não é vencer a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, mas atender os interesses corporativos e empresariais do mundo do futebol, onde a única lógica perseguida é: quem fica rico, quem consegue fechar o melhor negócio e/ou quem juntou a maior fortuna. O resultado dentro das quatro linhas pouco importa para esses abutres que gerenciam o “esporte bretão”.

Diante desse cenário de incertezas e de uma mídia comprometida, algumas perguntas e reflexões deveriam ser pensadas, sobretudo por quem está a frente da CBF. Já a população, parafraseando o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, se tivesse “honestidade intelectual”, pensaria diferente.

O almejado Felipão, por exemplo, acredito que a imprensa esqueceu, é aquele “teimoso” que cortou Romário em 2002. Para quem não lembra, o esperado Muricy é tão antipático quanto o criticado Dunga! Tite, atualmente no Corinthians, precisa ganhar o mundial da FIFA para ser chamado. Como assim? A conquista de um mundial é uma espécie de varinha de condão? Então por que não levam o PC Carpegiani (Flamengo/81)? Que tal Abel Braga (Internacional/2006)? E Osvaldo Oliveira (Corinthians/2000)?

Nós estamos esquecendo que o “bairrismo” brasileiro não permitiria um estrangeiro treinando a nossa seleção. E, diga-se de passagem, ela não é o Barcelona. A real história é que Mano Menezes não foi demitido por deficiência técnica ou falta de resultados, mas por política interna da CBF. E se trouxerem o Guardiola, ele terá carta branca para convocar? Ele terá tempo hábil para adequar os selecionáveis ao estilo de jogo do Barcelona?

Concluindo, também é prudente pensar na farra de agentes e empresários – similar ao que aconteceu em 1990 com Sebastião Lazaroni – que giram na órbita da CBF. Aliás, um cenário perverso que começa lá nos clubes, entidades cada ver mais pobres que são dirigidas por cartolas cada vez mais ricos. Estamos longe de ter uma Seleção genuinamente Brasileira, distantes de ter gente séria a frente do esporte brasileiro e cada vez mais afastados da possibilidade de vencer o Brasil vencer a Copa que irá sediar.

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