sábado, 17 de novembro de 2012

Expectativas de Rio Bonito e de um novo governo

Flávio Azevedo

Imagem que dispensa legenda por comunicar o óbvio.
Através do Facebook, alguém pergunta: “qual deveria ser a prioridade do novo governo de Rio Bonito?”. Sinceramente, eu acredito que um governo não deve eleger prioridades! Penso que todo o setor deve ser olhado com prioridade. Aliás, é por isso que existem as Secretarias Municipais. Penso, inclusive, que essa é a ideia da prefeita eleita, quando ela confirma a criação das Secretarias de Turismo, Segurança, Cultura, Antidrogas, Gestão, entre outras. Até agora os movimentos feitos por Solange Almeida têm sido muito interessantes e confirmam o “agir diferente” que ela prometeu durante a campanha eleitoral.

Depois dessas considerações, penso ser interessante informar que eu não estou fazendo média. Aliás, eu não preciso disso! Eu não fui partidário de Solange, mas jamais torço contra alguém, sobretudo quando esse “torcer contra” significa torcer contra Rio Bonito. Penso que precisamos dar tempo (cerca de seis meses) para ela e sua equipe. Para a oposição sistemática – que já declara antes de o governo começar que vai fazer e acontecer para atrapalhar – eu deixo uma frase bem conhecida: “deixem a mulher trabalhar”!

Já há algum tempo eu escrevo e falo que a nossa atenção cidadã deve estar centrada nas Secretarias de Planejamento, Fazenda e na Controladoria. Faço essa consideração por perceber que esse tripé concentra os ralos da administração pública, a inteligência, as licitações, os mecanismos de arrecadação e as boas possibilidades de se cometer ilícitos. Caso esses setores não sejam bem gerenciados, não teremos dinheiro para a Saúde, Cultura, Educação, Esporte, Segurança, Agricultura etc.

Essa visão estrábica de olhar apenas para as pastas que prestam serviços imediatos e assistenciais é um hábito prosaico do senso comum. A crítica direcionada unicamente aos políticos também é sintomática do senso comum. A verdade é que diante dos problemas sociais, o cidadão precisa ser responsabilizado. Todavia, as reflexões nessa direção são criticadas, mas sempre por quem se recusa a enxergar as aberrações do nosso dia-a-dia.

Estamos falando de gente que, erroneamente, insiste na tese de que somos um povo ordeiro e pacato. Gente que ao falar sobre Rio Bonito nos deixa com a impressão de que a nossa cidade é um convento de irmãs carmelitas ou um mosteiro de padres franciscanos. Diante desse cenário, a oposição baseada no “não gosto dela” e o apoio firmado no “não gosto de quem está saindo” ou “vou ficar quieto para manter o meu cargo” são opiniões comprometidas.

A sociedade brasileira, com destaque para as cidades de menor porte, sofre uma patologia severa que podemos classificar como “Síndrome da Indolência” (ler textos sobre “Razão Indolente” do sociólogo Carlos Nelson Coutinho). A verdade é que a famosa inclusão, termo muito defendido na atualidade, é um estratagema das classes dominantes que estão sentadas no neoliberalismo. O objetivo desse pensamento é acabar com a oposição e seduzir os pensamentos antagônicos.

Embora seja apreciável, a razão indolente é perversa e cínica, porque se baseia na lógica neoliberal. Em nome de uma suposta civilidade (o sórdido politicamente correto) manifestações, mobilizações e lutas por direitos são freadas. O “vamos dialogar” é um engodo, uma estratégia de aproximação. O diálogo tem por objetivo seduzir e cooptar os defensores da igualdade social, temas desconhecidos do neoliberalismo, que se baseia no tripé da desigualdade, alienação e exploração dos desfavorecidos.

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