segunda-feira, 16 de julho de 2012

O cenário político e algumas demandas riobonitenses

Flávio Azevedo

Diante de tantos temas interessantes abordados nas mídias sociais, eu vou retomar alguns conceitos já defendidos por mim em outras postagens. Acho importante mencionar que eu sempre me baseio, para desespero de alguns, na premissa de que nós riobonitenses não sabemos cobrar os benefícios a que temos direito. Aliás, eu arriscaria dizer que nós nos contentamos com pouco e até com nada.

FACULDADE: segundo informações, imposições “surreais” que estão sendo feitas pelas faculdades particulares deixaram o nosso bravo Mandiocão assustado. Mas o que é isso? Seria o mesmo surrealismo que espantou Solange Almeida, salvo engano em 2002? A época, diante da possibilidade de implantar um núcleo da UFF no Colégio Municipal, ela pulou fora sob o argumento de não ter condições financeiras de assumir o custo. Estaria o nosso Mandiocão cometendo erro semelhante?

TRANSPORTE UNIVERSITÁRIO: vale realmente a pena, o município ter uma frota de ônibus que rivalize com Rio Ita e São Geraldo? Porque se comprar ônibus para atender os universitários de maneira digna, tem que adquirir no mínimo dois veículos todo ano, porque o volume de universitários, graças a Deus, só aumenta. Não seria mais inteligente TERCEIRIZAR o serviço? Ou seja, contratar uma empresa para transportar os universitários, como acontece em vários municípios vizinhos?

CURSOS TÉCNICOS: muitos jovens que viajam nos ônibus “UNIVERSITÁRIOS” não estão indo para universidade, mas para escolas técnicas. Pergunto: Já que trazer uma faculdade é “surreal”, por que não oferecer pelo menos cursos técnicos em Rio Bonito? Argumento: “mas já oferecemos Enfermagem, Contabilidade, Magistério, Mecânica e Informática”. Pergunto: “só isso?”. Alguém se lembrou de encomendar uma pesquisa para saber quais serão as principais demandas das empresas que estarão se instalando na região? De posse dessa pesquisa pode se ter um norte de qual serão as profissões mais requisitadas.

EL DOURADO PETROLÍFERO: a impressão que temos é que esse negócio de petróleo é uma epidemia e as pessoas só veem isso pela frente. Estão esquecendo que as 250 mil pessoas que virão morar na região, certamente comem, bebem, se divertem, buscam lazer e diversão... Pergunta: todos esses cursos (Enfermagem, Contabilidade, Magistério, Mecânica e Informática) qualificam o sujeito a atender quem está se divertindo, recreando, buscando uma trilha para caminhar, uma rota em meio ao verde etc.?

FALANDO NISSO... Quais são as propostas possíveis e reais para setores que inexistem como TURISMO, AGRICULTURA, ESPORTE, LAZER, CULTURA, entre outros? Argumento: “mas, nós promovemos uma corrida rústica (qual a visibilidade disso?), nós fizemos uma pinacoteca sobre o Banco Itaú (que ninguém conhece); eun comprei ambulâncias (e daí?); promovemos a vacinação contra a aftosa (única atividade do setor Agrícola); realizamos o aniversário da cidade (uma vez por ano)...

Viu como as coisas que acontecem são pequenas? Pior: viu como os argumentos são pífios e nós aceitamos. E isso não é de agora. É um cenário que se arrasta pelos menos há 40 anos. Quando eu estava na 6ª, 7ª, 8ª série (década de 80), eu já ouvia essa história de faculdade. Lembro de Abdala e Bidinho na minha casa prometendo ao meu pai que eu faria o meu curso superior em Rio Bonito. Dois humoristas!

A verdade é que ninguém... Ninguém tem propostas de cunho estrutural, porque o investimento estrutural contribuiria para derrubar esse castelo de cartas que é a sociedade riobonitense, onde estão inseridas pessoas que se acham a última bolacha do pacote, mas na verdade vivem de aparência, são provincianas, representam o atraso e o principal: “temem perder os seus lugares para o mais pobre caso o ensino superior e técnico seja democratizado”. Essa é a raiz do problema!

Nenhum comentário:

Postar um comentário