domingo, 10 de junho de 2012

Qual é a igreja verdadeira?

Flávio Azevedo

“A final de contas, qual é a igreja verdadeira?”. Diante do volume de igrejas espalhadas por aí, essa, certamente, é uma das perguntas mais frequentes da atualidade. Se você tem essa dúvida e nunca souberam te responder, o problema está na sua pergunta e não nas respostas que você tem ouvido. Aliás, creio que seria mais prudente perguntar, “qual a religião verdadeira”? A Bíblia não define uma igreja verdadeira (embora deixe pistas), mas ela é muito clara sobre qual é a religião verdadeira.

No Novo Testamento, no livro de Tiago (1.27), nós encontramos uma definição do que vem a ser a verdadeira religião. O apóstolo escreveu assim: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se da corrupção do mundo”.

Mas é isso que temos visto? Dias atrás li um texto do pastor Armando Carvalho, onde ele comentava ser uma pena que as associações de cunho pastoral e instituições religiosas não se empenhem em ter cursos gratuitos em suas salas ociosas. Penso que ele tem inteira razão e acrescento: em tempo de política, estamos vendo líderes religiosos vendendo apoio onde o lucro é para ele (individual) e não para a congregação (coletivo)!

Isso me faz lembrar um texto escrito no livro do profeta Ageu (1.9): “Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um sopro. Por que causa? Diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa”.

Concordo que “alguns joelhos não se dobraram diante de Baal” (deus pagão da antiguidade), mas a grande parte dos líderes religiosos tem usado a religião de forma inconveniente e até criminosa! Numa época onde as pessoas muito dependem das Prefeituras, que não cumprem com eficiência o seu papel, nós defendemos a ideia de que as instituições, entre elas as igrejas, poderiam franquear os seus espaços para oferecer, por exemplo, cursos profissionalizantes e vestibulares sociais à comunidade. Acredito também que os religiosos deveriam falar mais de política e menos de candidatos!

Creio que essa seria uma forma excelente das igrejas alcançarem as pessoas e cumprirem o que escreveu S. Tiago. Gosto muito também do que está escrito em Isaías 58, sobretudo os versos 6 e 7: “acaso não é este o jejum que escolhi? Que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? E que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?”.

Eu não sei o amigo conhece a fundo a história de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que quando passou aqui nesta terra atraia as pessoas curando, multiplicando alimentos, exorcizando demônios, entre outros feitos. Todavia, o próprio Jesus certa vez comentou que “os pássaros têm o seu ninho e as raposas os seus covis, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. Apesar disso, as igrejas e líderes religiosos têm ostentado riqueza e templos suntuosos.

Olhando por esse prisma eu concluo que as denominações cristãs não estão seguindo o exemplo deixado por Cristo. Caso isso ocorresse, as igrejas seriam bem mais úteis a sociedade. Sendo assim, não me causa nenhum constrangimento afirmar que as igrejas, em várias oportunidades, perderam o foco e deixaram de cumprir o seu papel!

Pensemos nisso!

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