terça-feira, 26 de junho de 2012

Discussão e polêmica na reunião do Conselho de Segurança de Rio Bonito


Uma das reuniões mais polêmicas do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) de Rio Bonito aconteceu na Câmara de Vereadores, no último dia 4 de junho (04/06). Um dos ingredientes que contribuiu para apimentar a reunião foi a participação do deputado estadual Marcos Abrahão (PT do B), presente pela primeira vez a uma reunião do CCS. O estopim da controvérsia foi a afirmação do diretor de Assuntos Comunitários do CCS, Flávio Azevedo, que disse na reunião anterior (maio), que o deputado não teria interesse em acabar com a desordem no Trânsito de Rio Bonito.

De acordo com o conselheiro, caso o deputado tivesse real interesse na assinatura do Convênio entre Prefeitura de Rio Bonito e Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a questão já teria sido resolvida. A celebração desse convênio é o instrumento necessário para que os guardas municipais possam ter condições multar motoristas infratores.

Munido de uma reportagem escrita pelo conselheiro, o parlamentar pediu que ele fizesse a leitura do texto que narra alguns acontecimentos da reunião de maio, onde o vice-prefeito Matheus Neto não quis polemizar a questão. Matheus apenas disse que “já mandamos inúmeros ofícios, mas sequer obtivemos resposta”. Segundo ele dois ofícios foram envidados em 2011 (agosto e outubro) e dois em 2012 (março e abril).

O deputado perguntou se ele havia sido procurado para tratar o assunto, o vice-prefeito (foto 2) disse que não. Abrahão também se apoiou na declaração do vereador Humberto Belgues (PSDB), que na mesma matéria afirma quem as multas poderão ser facilmente suspensas, porque os autos de infração devem ser obrigatoriamente lavrados por agentes de trânsitos e não guardas municipais. “Como então a culpa é do deputado Marcos Abrahão?”, disparou o deputado, que criticou o jornalista. “O senhor precisa fazer melhor o seu trabalho, porque Isso que o senhor está fazendo é fofoquinha e não jornalismo”.

Sem perder a calma, o conselheiro trouxe uma entrevista publicada na edição 336 do jornal Gazeta Rio Bonito, que reproduz parte de uma entrevista concedida por Marcos Abrahão ao programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, no dia 1º de novembro daquele ano. A época, o deputado criticou a formação do Conselho Comunitário de Segurança, que para ele, “deveria se composto por policiais aposentados”.

Sobre a assinatura do tal convênio, Abrahão deu outra declaração polêmica: “Como que o governador vai dar poder, a esse fedelho desse Machado (então diretor da Guarda Municipal)? Um sujeito que soltou moto lá trás... Que recebia propina junto com policiais que não estão mais em nosso convívio?”. Segundo o conselheiro, “essas declarações do senhor e a sua influência junto ao Detran e ao governo do estado são suficientes para que eu pense dessas maneira”. O parlamentar reconheceu a veracidade da NOTÍCIA e criou nova polêmica ao dizer que não via representatividade no antigo grupo de conselheiros “que não tinha sequer um advogado entre os seus membros”.

Indignado com a declaração, o vice-presidente do CCS e presidente do órgão nos anos de 2009 e 2010, José Balbino, tomou a palavra e disse que o deputado estava “enganado e falando bobagem”, porque nos outros anos, o CCS sempre contou com o apoio da OAB e o ex-conselheiro Francisco Gonçalves é advogado e membro da OAB. “O senhor está falando esse monte de absurdo porque nunca veio a uma reunião”, disparou.

O deputado comentou que mudou de pensamento sobre o CCS, “hoje, fazendo um bom trabalho, tanto é assim que eu estou aqui”. O conselheiro disse que “se o senhor está pensando diferente, eu também posso rever a minha impressão sobre a sua postura”. O parlamentar estadual disse que “para mostrar que eu penso diferente sobre essa questão, eu vou agendar um encontro entre os representantes da Prefeitura e desse conselho com o presidente do Detran. Também vou me empenhar junto a Secretaria Estadual de Segurança Pública para que o policiamento em nossa cidade e região seja reforçado”, prometeu Abrahão.

Um comentário:

  1. Há uma vários detalhes a serem observados. Inicia-se com o absurdo de desvio de função da guarda municipal em policiamento de trânsito, o que é crime.
    Anos atrás, era necessário fazer alguns desvios de função, por exemplo, funcionário cedido aos fórums, câmaras e etc.
    A lógica de alguns Tribunais é de que deve haver concurso público para que não haja desvio de função e desperdício de dinheiro público, já que todos os que se sentirem maculados devem se socorrer da justiça para elidir dúvidas.
    Exemplo: se eu for parado por um guarda municipal para averiguar meu carro ou ser multado por possível infração, não somente irei recorrer administrativa e judicialmente, como também irei pedir abertura de inquérito administrativo por desvio de função e denúncia na Polícia Civil por exercício ilegal da profissão, isso porque é crime, ou alguém não se lembra do passado? Se isso não for crime, não será ser contador, jornalista, economista, advogado, todos que possuem registro, ver alguém não registrado usar o título!
    É um pensamento... pendo alto...
    Mas, por outro lado... a entrevista diz muito... muitas irregularidades não fiscalizadas... se existe... porque não cumpriram suas obrigações legais, morais e públicas? É... dá pra se perguntar...

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