terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Prefeitura de Rio Bonito sem luz por falta de pagamento

Texto: Flávio Azevedo
Charge: James Azevedo

Uma ação que não aconteceu pela primeira vez se repetiu nessa segunda-feira (30/01). A Prefeitura de Rio Bonito teve a sua energia cortada pela Ampla por falta de pagamento. Além da sede do governo, a empresa também cortou o fornecimento das secretarias e do Centro Administrativo Municipal, localizado na Praça Cruzeiro, na antiga Nacional Diesel.

Segundo a Ampla, a dívida da prefeitura, que está perto de completar um ano, se aproxima aos R$ 500 mil. Em nota, a empresa informou que “somente tomou a decisão de cortar a energia da Prefeitura de Rio Bonito após tentar negociar o débito em várias oportunidades”.

A concessionária informou ainda que o fornecimento de luz para serviços essenciais, como hospitais, escolas, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e vias públicas, não foi interrompido.

A Prefeitura não se pronunciou sobre o fato e a energia já foi restabelecida.

Não é a primeira vez

A novela que tem como personagens principais, a Prefeitura Municipal de Rio Bonito e a Ampla (fornecedora de energia elétrica), já havia acontecido no dia 18 de setembro de 2009. Tudo começou por volta das 9h, quando funcionários da Ampla cortaram o fornecimento de energia para o prédio da Prefeitura. A empresa justificou a ação, alegando inadimplência do cliente. A Prefeitura não teria efetuado o pagamento de nenhuma conta daquele ano.

À época, a Procuradoria Geral do Município afirmou existir uma controvérsia entre as partes, porque o município entendia que os valores cobrados pela fornecedora de energia precisavam ser revistos. De posse dessa liminar, um dos componentes da Procuradoria, o advogado Aroldo Freire e o chefe de Gabinete, Edelson Antunes, exigiam o restabelecimento do serviço. Como a resposta foi negativa, a polícia foi chamada. O advogado afirmou que “existe a possibilidade da Ampla ser multada, porque desrespeitou uma ordem judicial. Além disso, os profissionais da empresa não atenderam as ordens da autoridade policial quando se recusaram a religar a energia”.

Em frente ao prédio da Prefeitura, o então secretário de Fazenda, Marcelo Lessa, apresentou a nossa reportagem, a liminar concedida pelo juiz Vitor Moreira Lima, a favor do município, no dia 29 de novembro, de 2007. “Não existe nenhuma liminar que derrube essa. A Ampla já recorreu três vezes, mas sempre o seu argumento foi indeferido. E, qualquer nova decisão sobre esse assunto seria informada a Prefeitura, mas isso não aconteceu”, argumentou o secretário.

Enquanto a discussão acontecia, centenas de pessoas se acotovelavam pelas calçadas próximas ao local. Todos acompanhavam atentamente, a confusão que começou a acontecer em frente ao prédio da Prefeitura, entre funcionários da Ampla, representantes do governo municipal e policiais militares. Para evitar esse tipo de exposição, os policiais convidaram as partes para discutirem o caso na delegacia (119ª DP).

A energia voltou a ser ligada por volta das 12h, mas um advogado da Ampla esteve na 119ª DP, e ordenou a equipe de corte que o fornecimento de energia elétrica para a Prefeitura fosse interrompido novamente, o que aconteceu por volta das 13h. Cumprindo ordens da administração municipal, homens da Defesa Civil e da Guarda Municipal cercaram o veículo da Ampla com duas viaturas. Essa ação fez com que o trânsito da Rua Monsenhor Antonio de Souza Gens (rua de subida da Praça Fonseca Portela) ficasse obstruído durante toda tarde. Enquanto isso a Prefeitura permanecia às escuras. O expediente, que normalmente é encerrado às 19h, terminou às 17h30min. A energia só foi restabelecida por volta das 20h30min.

Caso antigo

Na ocasião a nossa reportagem já apurou ser péssima a relação entre a PMRB e a Ampla. A novela que se arrastava há cerca de dois anos. Em 2007, a empresa já havia tentado interromper o fornecimento de energia para a sede da Prefeitura. Na tentativa de impedir a ação dos profissionais da empresa, o chefe de Gabinete Edelson Antunes, tentou derrubar a escada onde um dos funcionários da empresa subia para efetuar o corte.

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