terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Empresários do setor gastronômico em apuros com falta de qualificação profissional dos riobonitenses

Flávio Azevedo - Reflexões

Diante das muitas reclamações dos riobonitenses em relação ao atendimento nos bares e restaurantes da cidade, eu decidi fazer algumas reflexões que julgo serem pertinentes sobre o temível ATENDIMENTO RUIM, que atinge empresários, consumidores e os profissionais que trabalham no setor!

Eu começo destacando que a contratação de garçons eficientes já minimizaria em 80%, a reclamação direcionada ao ATENDIMENTO, que é a alma de qualquer negócio, sobretudo se estivermos falando de bares e restaurantes.

Se o profissional é caro, que o custo seja repassado no valor cobrado ao cliente. Eu, particularmente, prefiro pagar mais caro e ser bem atendido; do que pagar uma ninharia e sair insatisfeito. Aliás, os amigos que preferem pagar mais barato, que procurem as lanchonetes dos chineses. Por lá, o atendimento é mais rápido e o pedido não leva um minuto para ser entregue.

O problema é que nós riobonitenses somos tremendos caras de pau. Queremos comer e beber do bom e do melhor, mas não queremos pagar por isso. Também me incomoda outro fato: o sujeito sai de Rio Bonito para comer em Niterói ou no Rio de Janeiro, paga um absurdo, mas volta tirando onda e feliz (comportamento provinciano). Porém, quando vai aos estabelecimentos de Rio Bonito, reclama de tudo e de todos!

Sinceramente, eu tenho observado que com o intuito de economizar, a maior parte dos empresários do setor gastronômico está empregando pessoas sem qualificação. Por outro lado, as pessoas sem a tal qualificação, não demonstra o mínimo interesse em melhorar, por um único motivo: em Rio Bonito, a função de garçom é encarada como “bico” e não como uma “profissão”.

Resultado: nós (consumidores) ficamos no prejuízo; o estabelecimento, mal falado na boca do povo (por conta do mau atendimento); e o tal garçom, permanece sempre insatisfeito, por não estar fazendo aquilo que ele gosta!

Falta qualificação? Pode ser! Falta o empresário meter a mão no bolso e contratar profissionais que sejam realmente qualificados? Também pode ser, porque em várias oportunidades o empresário veio até a minha mesa (isso acontece muito nos sábados), com o seguinte argumento: “Desculpa a demora, mas é que, logo hoje, três garçons faltaram. Eles foram trabalhar num casamento, aí estamos com poucos garçons para atender!”.

Ao ouvir essa desculpa, eu concluo que esse empresário está no rol daqueles que não pagam bem o serviço do garçom! Porque se ele desse uma remuneração digna aos seus funcionários, ele não seria deixado na mão. Ninguém abandona um emprego em busca de outro que ofereça remuneração inferior!

Por outro lado...

... Conversando com empresários do setor, eles reclamam que não conseguem encontrar profissionais qualificados, que na cidade não existe cursos de qualificação para esse serviço e que quando aparece alguém oferecendo os tais cursos, as pessoas não têm interesse em se matricular.

O empresário Gustavo Miranda, sócio do Botequim Mirasauer (foto), comenta que para qualificar os empregados, a empresa tem que custear a passagem de funcionários para outros centros, porque em Rio Bonito não se encontra cursos dessa natureza. “Acaba ficando muito caro e inviável para a empresa custear esse serviço”, analisou.

A empresária Lilian Ximenes, da Padaria Nosso Pão, recentemente se queixou da falta de padeiros profissionais na cidade. De acordo com ela, “a padaria está precisando de profissionais qualificados (padeiro e confeiteiro), mas não encontramos ninguém com qualificação para contratar. Estamos procurando, mas não encontramos”, reclamou.

O empresário Carlos Alberto Gerhardt, proprietário do restaurante Ponto de Encontro, comentou que não vê essa escassez de profissionais para o setor como culpa da Prefeitura ou de outro qualquer órgão. Para ele as pessoas precisam buscar essa qualificação.
– Existe uma acomodação das pessoas naturais de Rio Bonito. Isso é tremendamente problemático para nós. Elas não buscam se qualificar por conta própria... Não correm atrás... O que nos força buscar funcionários de fora da cidade – comentou o empresário.

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