domingo, 25 de setembro de 2011

O "Fantástico" estado de Saúde do Brasil

Flávio Azevedo - REflexões

Hoje, assisti uma longa matéria no Fantástico, onde a TV Globo aborda os problemas da Saúde Pública, mais precisamente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e do Pronto Atendimento ou emergências. O problema é que a reportagem, como sempre, não vai ao “X” da questão.

Aliás, penso que mostrar o que está quebrado e não funciona não precisa, porque essa realidade nós conhecemos. A demora no atendimento, as respostas prontas do governo e as trocas de acusações, através de suas assessorias, nós também conhecemos. E as soluções? A reportagem acabou e não foi apresentado sequer um comentário falando sobre soluções!

Bem, quanto ao SAMU, os problemas apresentados pelo Fantástico podem ser sanados se o serviço for coordenado por gente comprometida e responsável. Quando eu trabalhei no SAMU de Rio Bonito (foto)– entre os anos de 2006 e 2009 –, nós tínhamos na coordenação do setor, o competente Otávio Carvalho, figura sempre questionada pela equipe, por ser um cara dedicado. Hoje, muitos mudaram o pensamento!

À época, as nossas ambulâncias eram muito bem cuidadas (não sei como estão hoje), porque além da coordenação competente, a equipe, sobretudo a enfermagem e os motoristas, era muito caprichosa. Enquanto isso, nos municípios de Itaboraí, São Gonçalo e Niterói, um paraíso de funcionários públicos “morcegos e desinteressados”, as ambulâncias eram um verdadeiro desastre!

Como Itaboraí, São Gonçalo e Niterói são integrantes da Metropolitana II, junto com Rio Bonito, a culpa pelas viaturas horrorosas desses lugares na era da Central do SAMU, mas de suas bases e seus coordenadores, geralmente figuras colocadas nesses cargos apenas para ganhar o salário correspondente a função.

Já quanto aos Prontos Socorros, eles só irão melhorar quando as prefeituras investirem na rede básica de Saúde. Ou seja, Postos de Saúde e Programas de Saúde da Família, inclusive, com campanhas publicitárias de conscientização para que as pessoas frequentem os postos de Saúde, para diminuir a fila dos serviços emergenciais.

Uma pena que a coisa esteja nesse pé! Confesso que é quase impossível isso melhorar, porque existe uma máfia perversa que é beneficiada com esses desmandos.

Lamentável!

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