quinta-feira, 15 de setembro de 2011

É proibido descer até o chão?

Flávio Azevedo

Hoje (15/09/2011), na mercearia perto de casa, ouvi uma conversa intrigante entre duas pré-adolescentes. Uma delas reclamava que no concurso de dança da escola, a professora não permitia que elas rebolassem até o chão. “Ela só deixa descer até o meio!”. Perguntei qual o ritmo da música, ela respondeu: “Funk”. Segundo a dançarina, “Funk sem descer até o chão não tem graça!”. E, eu concordo com ela.

Entretanto, eu também entendi o que estava se passando na escola. A professora, logicamente, sabe que o Funk é uma dança mais sexual do que sensual. O propósito, certamente é não expor as alunas no ambiente escolar. Penso, porém, que a postura “em cima do muro” é a pior de todas! Se existe a preocupação com esta exposição, porque não usar outro ritmo no tal exercício escolar? Existem tantos por aí!

Fica muito nítida a fraqueza daqueles que, quer na escola ou na igreja, ocupam cargos de comando sobre adolescentes e jovens! São pessoas que não são firmes naquilo que acreditam! Se a professora acha que “descer até o chão é vulgar”, não tem que dizer para descer até o meio! Ela tem que ensinar os valores que estão sendo perdidos quando se desce até o chão e o que isso representa!

Mas o que acontece? Acontece que nesse momento entra em cena o “medo de se indispor com alguém”, a preocupação com “o que certo fulano irá dizer”. Esses temores, que se tornaram corriqueiros nos tempos pós-modernos, dão asas a um dos piores problemas da sociedade atual: o RELATIVISMO, que é a palavra técnica para definir as pessoas popularmente classificadas como “vaselina”.

Tudo é relativo! Mentir é certo? “Depende... É relativo”. Roubar é correto? “Depende... É relativo”. Dirigir bêbado, estacionar em fila dupla e xingar o policial ou o guarda municipal é direito? “Pode ser... É relativo”! Desrespeitar a mulher ou a filha do próximo é certo? “É... Bem... É tudo muito relativo”!

O mundo vive em cima de um grande muro, e nós percebemos que até as instituições mais respeitadas e que deveriam pregar o que é reto estão enveredando pelo sinuoso caminho do relativismo. Será que ninguém acha isso estranho? Até quando vamos continuar caminhando de mãos dadas com a hipocrisia? É... Nisso ninguém quer pensar!

Um comentário:

  1. Ai Flávio... cada dia mais seu fã.... compartilho do pesamento do nobre jornalista.... continue nessa luta meu amigo...você vai longe!

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