quarta-feira, 13 de abril de 2011

Petrobras alerta: municípios não estão se preparando para investimentos do Comperj


Na primeira semana de abril, a Petrobras voltou a alertar para o risco na demora de execuções das obras de infraestrutura dos municípios que serão impactados com a implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Em coletiva realizada no canteiro de obras da refinaria, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa (foto); o gerente de implantação do Comperj, Heyder Carvalho; e o diretor presidente das empresas do Comperj, Nilo Vieira, afirmaram que as prefeituras não estão preparadas para captar e executar recursos para investimento em infraestrutura, o que prejudica as ações do pólo.

A morosidade nas ações municipais preocupa e já é considerada um empecilho para o andamento das obras do Comperj. No ano passado, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o diretor de Abastecimento da Petrobras afirmou que a falta de investimentos nas estradas de acesso ao Comperj prejudicava o transporte do maquinário pesado necessário para a execução da obra.

Para o cientista político e sociólogo Sandro Correa há um grande risco do aumento desenfreado da favelização nos dois principais municípios de influência do Comperj: São Gonçalo e Itaboraí. O prefeito de Itaboraí, Sérgio Soares, divulgou, através da sua assessoria, que a cidade estaria preparada para receber o Comperj, mas ao ser questionado sobre as declarações dos executivos da Petrobras, o chefe do Executivo de Itaboraí preferiu se calar.
– Dos 341 projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na região, 101 foram suspensos pelo Ministério das Cidades ou por bancos federais por falta de documentação. Criamos um grupo técnico para colaborar na divulgação desses documentos – afirmou Nilo Vieira, diretor-presidente do Comperj.
Já Sandro Correa, disse que “essa constatação da Petrobras é um exemplo do que estamos acostumados a ver. As prefeituras não têm equipes técnicas para a execução de projetos.

Impactos

Esta semana, a divulgação de um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade de Campinas (Unicamp), com financiamento da Embaixada Britânica, mostrava que a instalação do Comperj e a construção do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro podem prejudicar severamente os manguezais e a região do entorno da Baía de Guanabara, sobretudo, por causa das ocupações do solo de forma desordenada e irregular.
“Sem a manutenção dos mangues e o desenvolvimento sustentável a vida e a competitividade das próprias empresas serão prejudicadas”, completou o pesquisador e economista Sergio Besserman, do Instituto Pereira Passos, um dos coordenadores do estudo.

Sandro Correa concorda com a afirmação e ressalta que o Comperj não preocupa já que é um problema “controlado e monitorado” por órgãos ambientais nacionais e internacionais. Para ele, a grande questão é a ocupação do solo pela população que migrará para a região em busca de oportunidades.
– Já vimos essa história no Pará e em Minas Gerais nos ciclos de mineração. Aqui mesmo no estado temos o exemplo de Macaé, que em menos de 20 anos passou a ser uma das cidades mais violentas do país, por falta de planejamento – afirmou.

Fonte: O Fluminense

Um comentário:

  1. O último texto postado no nosso Blog trás essa mesma preocupação: http://comunidadeestudantildeitaborai.blogspot.com/2011/04/itaborai-antes-e-depois-do-comperj.html

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